O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), defendeu nesta segunda-feira, 5, a autoconvocação do Congresso Nacional em janeiro para analisar a proposta de reforma da Previdência que será encaminhada pelo governo nesta terça-feira, 6. “Estamos num momento muito delicado da vida nacional e, como disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, estamos atravessando uma pinguela, e essa pinguela é uma coisa frágil. Temos de chegar 2018 da melhor forma possível. O Congresso tem de dar respostas à sociedade brasileira”, disse o deputado.

Em um discurso afinado com o Palácio do Planalto, o parlamentar pregou que neste momento é preciso se “despir” de conceitos políticos e votar as matérias de interesse do País, como a reforma da Previdência. Para Pauderney, a base governista não “faltará” com o governo e aprovará a proposta.

Citando a categoria dos servidores, o deputado também pregou a elevação da idade mínima de aposentadoria para 65 anos, já que a expectativa de vida e a força “física e intelectual” dos trabalhadores estão em “pleno vigor” na faixa dos 60 anos. “A expectativa e a qualidade de vida aumentaram muito”, justificou.

Manifestações

Pauderney reconheceu que os protestos de ontem em todo o País mostram desaprovação da população com o Congresso Nacional, em especial com a votação na Câmara do pacote das medidas de combate à corrupção. “Nós entendemos que o povo foi para rua por conta do descontentamento em relação à votação que aconteceu aqui. Acho que a Câmara tem, sim, que fazer um mea culpa”, declarou.

O deputado sugeriu que seja feita uma reflexão sobre o episódio e disse que o Senado poderá corrigir alguns pontos, buscando um “meio termo dentro da constitucionalidade das matérias que precisam votar”. Pauderney afirmou que a Operação Lava Jato não sofrerá “cerceamentos”. “É fundamental que Lava Jato cumpra seu dever”, defendeu.

Dizendo-se contrário ao clima de confronto entre Poderes, Pauderney admitiu que a aprovação do item sobre abuso de autoridade nas medidas anticorrupção aconteceu em um momento “inoportuno”. “Sabíamos que esse assunto iria passar na Casa em razão de uma série de questões que são discutidas ao longo do tempo em relação ao Ministério Público, aos magistrados, mas entendo que foi um momento inadequado. O Senado terá a oportunidade de fazer as devidas correções. Acredito que o bom senso prevalecerá”, opinou.

Questionado sobre a nova fase da Operação Lava Jato, que hoje teve como focos o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo, Pauderney disse que MP e Polícia Federal devem ter elementos que sustentem a ação. “Ninguém está acima da lei, nem ministros, nem promotores, nem juízes, nem deputados, nem senadores”, respondeu.