O líder religioso mexicano Naasón Joaquin Garcia se declarou culpado de várias acusações de abuso sexual de menores, informou o procurador-geral da Califórnia nesta sexta-feira (3).
A confissão de culpa ocorre alguns dias antes do início do julgamento em Los Angeles, no qual Garcia, de 53 anos, enfrentaria mais de 20 acusações, incluindo estupro, extorsão e posse de pornografia infantil, entre outros crimes cometidos na Califórnia.
Naasón Joaquín García, líder da igreja La Luz del Mundo (LLDM), admitiu duas acusações de sexo oral forçado envolvendo menores e outra de ato lascivo com um menor de 15 anos.
“Garcia usou seu poder para tirar vantagem de menores. Ele confiou em sua entorno para abusar sexualmente de fiéis”, disse o procurador-geral Rob Bonta em um comunicado. “A convicção de hoje não pode reverter os danos, mas ajudará a proteger as gerações futuras.”
O líder religioso foi preso no aeroporto de Los Angeles em 3 de junho de 2019 e está detido desde então.
Consideradas cúmplices, Susana Medina Oaxaca e Alondra Ocampo foram capturadas junto com ele, que em 2020 se declarou culpado de três acusações de contato com menores para atos sexuais e uma acusação de penetração sexual forçada.
Garcia ouvirá sua sentença na quarta-feira e deverá enfrentar vários anos de prisão.
Oaxaca também se declarou culpada e foi condenada por agressão. Uma terceira mulher está foragida.
A LLDM foi fundada em 1926 em Guadalajara pelo pai de García, Eusebio Joaquín González, que afirmava ter tido uma “revelação divina” em seus sonhos.
A congregação surgiu como um ramo da Igreja Apostólica da Fé em Cristo Jesus, uma derivação da Igreja Pentecostal, e seus fiéis, que são chamados de “Aaronitas”, necessitam de permissão dos principais líderes para viajar, estudar, trabalhar ou se casar.
Em março de 2020, as autoridades mexicanas congelaram quase US$ 20 milhões em contas pertencentes a seis pessoas ligadas à LLDM.