BRUXELAS, 20 ABR (ANSA) – O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi a Kiev nesta quarta-feira (20) e se reuniu com o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, para debater a situação da guerra no país.   

“Grande amigo. Foram discutidas as sanções contra a Rússia, a defesa e o apoio financeiro do nosso Estado e as respostas ao questionário sobre o cumprimento dos critérios [de adesão] da UE. Obrigado pelo encontro significativo e pela solidariedade com o povo ucraniano”, escreveu Zelensky em sua conta no Twitter após a reunião com a comitiva europeia.   

Na postagem, um vídeo com um resumo da visita também foi divulgado.   

Michel é o quarto líder do bloco europeu a visitar o país em guerra e sua visita ocorre após as passagens da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que entregou o questionário de adesão ao bloco europeu, o alto representante para a Política Externa, Josep Borrell, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.   

Pouco antes de ir para a capital ucraniana, Michel fez uma visita à cidade de Borodyanka, uma das mais devastadas durante a ocupação dos russos.   

“Em Borodyanka. Como em Bucha e em outras tantas cidades na Ucrânia. A história não vai esquecer os crimes de guerra cometidos aqui. Não há paz sem justiça”, escreveu nas redes sociais.   

Desde que os militares ucranianos retomaram o controle de cidades que ficam próximas a Kiev e que fizeram uma resistência aos russos, como Bucha, Borodyanka, Irpin e áreas periféricas da própria capital, imagens de assassinatos de civis chocaram o mundo. Foram centenas de corpos encontrados nas ruas e em valas comuns, sendo que muitos tinham as mãos amarradas e marcas de tortura e mutilação.   

O governo de Vladimir Putin nega as acusações e diz que as imagens foram um “cenário falso” feito por Kiev, mas equipes internacionais de investigações, como a do Tribunal Penal Internacional (TPI), foram até as cidades para verificar possíveis crimes de guerra.   

Zelensky, por sua vez, usa o termo genocídio para descrever a situação, mas os europeus são mais cuidadosos com as palavras e falam apenas em “crimes de guerra” cometidos pelos russos.   

(ANSA).