Líder do Conselho Europeu pede acordo Mercosul-UE ainda em 2025

ESTRASBURGO, 9 JUL (ANSA) – O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu nesta quarta-feira (9) a aprovação do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, que está em fase de tradução após a conclusão das negociações, no fim do ano passado.   

Segundo o português, o pacto criará a “maior zona de livre comércio do mundo, com um mercado com mais de 700 milhões de consumidores, e dará impulso a investimentos, reforçará indústrias estratégicas e criará postos de trabalho na Europa”.   

“Devemos nos concentrar nos benefícios em longo prazo para a Europa. Os políticos devem decidir com base em fatos, não em percepções”, declarou Costa em discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, em meio à resistência de diversos países e grupos políticos contra o acordo.   

O presidente rebateu críticas de que o tratado prejudicaria o setor agrícola europeu, exemplificando que a cota de carne bovina do Mercosul representa apenas 1,6% da produção total da UE, menos da metade do que já importa atualmente do bloco sul-americano. “Ele não destruirá a agricultura europeia”, garantiu Costa, que cobrou a assinatura do pacto comercial “até o fim do ano”.   

Atual presidente pro tempore do Mercosul, o mandatário Luiz Inácio Lula da Silva também expressou o desejo de assinar o tratado ainda em 2025, apesar da resistência de países como França, Irlanda e Polônia.   

Outras nações, como a Itália, defendem o acordo, mas pedem garantias para o setor agropecuário. “Temos consciência da grande importância política e econômica do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que abre oportunidades de desenvolvimento interessantes e concretas para empresas italianas”, disse o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores do país, Antonio Tajani, em audiência na Câmara dos Deputados, em Roma, nesta quarta-feira.   

“São legítimas as preocupações expressas por alguns setores da agricultura nacional, merecedoras de atenção especial e respostas concretas. O objetivo é fortalecer as medidas de proteção, salvaguarda e apoio a esses setores”, acrescentou.   

(ANSA).