NAIROBI, 13 AGO (ANSA) – Começou na última segunda-feira (12) o julgamento do líder de uma seita evangélica no Quênia e outros 95 réus, sendo 55 homens e 40 mulheres, pelos “assassinatos” de centenas de pessoas em uma floresta, em um caso que chocou o país e a comunidade internacional.   

O autoproclamado pastor Paul Mackenzie é julgado mais de um ano depois do início das investigações, segundo os advogados do Ministério Público queniano, Yamina Jami e Peter Kiprop, citados pelo jornal “People Daily”.   

De acordo com o inquérito policial, mais de 450 corpos foram encontrados até agora na floresta de Shakahola, enquanto as autoridades prosseguem as escavações para valas comuns.   

“A promotoria trará provas que demonstrarão como, na prossecução do pacto, os acusados planejaram matar de fome todos os seguidores do culto, começando pelas crianças, até às suas mães e finalmente aos seus pais”, afirmaram.   

Segundo a Cruz Vermelha, há um total de 610 membros desaparecidos da seita. Mackenzie foi detido em abril de 2023 sob a acusação de incitar os seus seguidores a jejuar até à morte para “encontrar Jesus” antes do fim do mundo em 2023.   

Estas mortes ocorreram ao longo de vários anos.   

As acusações incluem homicídio culposo de pelo menos 238 das vítimas e incitação ao suicídio, maus-tratos e violência.   

“A acusação está confiante de que, no final do processo, este ilustre tribunal terá uma visão clara da existência do pacto suicida”, declarou Pter K. Kiprop, diretor adjunto do Ministério Público, na abertura do julgamento. (ANSA).