O ex-comandante e encarregado das relações internacionais da ex-guerrilha das Farc Rodrigo Granda pediu ao governo de Iván Duque que cumpra o acordo de paz na Colômbia, para fechar as “brechas” para novas revoltas armadas, como a anunciada recentemente por um grupo de ex-líderes rebeldes.

Em entrevista à AFP, Granda questionou o retorno à luta armada de um grupo de dissidentes liderados pelo ex-número dois da guerrilha agora dissolvida, Iván Márquez, e ratificou o compromisso da maior parte dos ex-combatentes com o pacto assinado em 2016.

“O que deve ser feito (…) é redobrar os esforços para a implementação integral do acordo de paz. Se isso acontecer e se desenvolver, não haverá espaço para que algum movimento insurgente possa surgir no país”, afirmou.

Também conhecido como Ricardo Téllez, Granda assegurou que o agora partido das Farc não está envolvido em qualquer ação armada que possa ser cometida por Márquez e pelos 19 rebeldes que anunciaram seu rearmamento em um vídeo em 29 de agosto passado.

“Ele acredita que pode reiniciar uma luta armada para fazer o acordo ser cumprido. Nós não compartilhamos essa ideia. Com seu grupo, ele se excluiu das diretrizes do partido”, disse Granda, de 71 anos.

No anúncio do rearmamento, Márquez – ex-negociador do acordo – convocou insurgentes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha do país, e ex-camaradas que pegaram em armas para “coordenarem esforços”.