O líder da ultradireita italiano Matteo Salvini foi alvo de críticas por sua aparente provocação ao usar insistentemente símbolos religiosos no Senado.

Em um discurso delicado, pouco antes da renúncia do do governo liderado por Giuseppe Conte, o ministro do Interior e líder da Liga beijou um rosário, invocou a Virgem Maria e o nome do papa João Paulo II ante o plenário dos senadores.

Salvini se declara orgulho de sempre carregar um rosário no bolso.

Sua atitude gerou diversas reações, tanto na Igreja católica quanto na classe política, por suas palavras e seus beijos no rosário por ocasião de um ato oficial, transmitido ao vivo pela televisão.

“Temos assistido a uma instrumentalização de rosários, crucifixos, imagens desejadas pela devoção dos crentes, que são retiradas do contexto para virar propaganda”, afirmou o religioso jesuíta Antonio Spadaro, em entrevista ao jornal La Repubblica.

O diretor da revista Civilità Cattolica, ligada ao papa Francisco, comentou as demonstrações católicas do ministro, que frequentemente invoca a Virgem Maria, mas assina a proibição para que migrantes resgatados desembarquem nos portos italianos.

Salvini, autor da política de linha dura contra a imigração e já foi criticado pelo papa, que discursa sempre em defesa dos migrantes.