Líder da Otan faz visita surpresa a Kiev para discutir garantias

BRUXELAS, 22 AGO (ANSA) – O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, chegou de surpresa a Kiev nesta sexta-feira (22), em meio às negociações para definir as garantias de segurança para a Ucrânia no pós-guerra.   

O holandês foi recebido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e destacou a necessidade de salvaguardas “robustas” para assegurar que a Rússia respeite um eventual acordo de paz e não tente tomar “mais nenhum quilômetro” do país vizinho.   

“Isso é o que estamos tentando definir agora”, salientou Rutte, enquanto alarmes de defesa antiaérea eram ouvidos em Kiev contra supostos ataques da Rússia.   

“Nosso objetivo é chegar a garantias de segurança como o artigo 5 da Otan. Trata-se de garantias verdadeiramente eficazes. Esse é o resultado que devemos alcançar para que a arquitetura seja absolutamente clara: quais países nos ajudarão em terra firme, quais nos ajudarão nos céus, quais garantirão a segurança no mar”, explicou Zelensky.   

A visita de Rutte se dá na esteira da cúpula na Casa Branca entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Zelensky e líderes europeus, realizada três dias depois de um encontro entre o magnata americano e o mandatário da Rússia, Vladimir Putin.   

Moscou exige que Kiev abra mão da península da Crimeia, das províncias de Donetsk e Lugansk e dos territórios já conquistados pelas tropas russas nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, além da promessa de não entrar na Otan, para fechar um acordo de paz.   

A Ucrânia, por sua vez, tem defendido sua integridade territorial e pede garantias de segurança nos moldes do artigo 5 da aliança euroatlântica, que determina que uma agressão a um país membro é uma agressão a todos.   

“Está muito claro para todo mundo que há vários princípios que Washington acredita que devem ser aceitos, incluindo a não adesão à Otan e a discussão das questões territoriais, e Zelensky disse ‘não’ para tudo”, acusou o chanceler russo, Sergei Lavrov, em entrevista à emissora americana NBC. (ANSA).