A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, favorita nas pesquisas e que foi inabilitada politicamente, distanciou-se nesta terça-feira (26) da candidatura de última hora do governador Manuel Rosales nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro busca a reeleição.

“O que alertamos por muitos meses acabou acontecendo: o regime escolheu seus candidatos”, declarou Machado em uma entrevista coletiva, na qual insistiu que sua “candidata é Corina Yoris”, uma professora universitária nomeada por ela para representá-la nas eleições após sua inabilitação.

Um bloqueio na plataforma da autoridade eleitoral impediu Yoris de se registrar na coalizão da oposição Plataforma Unitária Democrática (PUD), porque não conseguiu acessar o sistema de candidatura automatizado.

O partido de Rosales, Un Nuevo Tiempo (UNT), manifestou apoio à candidatura de Yoris, mas acabou inscrevendo o governador, considerado pelos analistas como um candidato “potável” para o chavismo.

“O regime tirou a máscara e se colocou em evidência perante seus cúmplices para fechar esta via eleitoral”, disse Machado sem mencionar expressamente Rosales.

A opositora destacou, no entanto, que “ainda há tempo” para a PUD ter um candidato às eleições presidenciais de 28 de julho, já que as candidaturas podem ser modificadas até 20 de abril.

“Dependeria da vontade do regime, com Corina Yoris como candidata”, disse.

A PUD não comentou a candidatura de Manuel Rosales. Segundo Machado, a coalizão está reunida para avaliar os eventos das últimas horas.

Rosales tem entrevista coletiva marcada, também nesta terça-feira. Um comunicado do seu partido anunciou que a nomeação ocorreu porque “as forças da oposição estavam prestes a ficar de fora da corrida eleitoral” e “a abstenção não é uma opção”.

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