BRUXELAS, 18 DEZ (ANSA) – A principal líder da oposição na Itália cobrou nesta quinta-feira (18) que o governo da premiê Giorgia Meloni apoie o acordo entre Mercosul e União Europeia, que criaria a maior área de livre comércio do mundo.
“Não entendo como se possa reagir à guerra comercial de Trump sem tentar abrir novas relações comerciais; neste caso, com países amigos, como aqueles do Mercosul”, disse a secretária do progressista Partido Democrático (PD), Elly Schlein, ao chegar em Bruxelas para uma reunião de legendas de centro-esquerda europeias.
“É importante avançar com o acordo, certamente cuidando das compensações necessárias, mas elas não podem ser uma desculpa ou um elemento para arruinar esse acordo”, declarou Schlein, que também lembrou o ultimato dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ele colocou em dúvida se, caso a Europa continue a adiar, eles ainda poderão manter o interesse”, salientou a líder do PD.
Na última quarta (17), Meloni afirmou que assinar o pacto de livre comércio neste momento seria “prematuro” e pediu mais tempo para negociar cláusulas de proteção para o setor agrícola, sobretudo para garantir reciprocidade nas regras sobre uso de pesticidas.
Com a oposição já conhecida de França e Polônia ao acordo, a postura cautelosa da Itália deve impedir a votação do texto na UE, já que os três países seriam suficientes para bloquear a aprovação por maioria qualificada entre os Estados-membros, por reunir mais de 35% da população do bloco.
Já Lula deu um ultimato aos países europeus e disse que o acordo deve ser assinado “agora ou nunca”. (ANSA).