O líder catalão Carles Puigdemont apresentou nesta terça-feira (5) as condições de seu movimento político para negociar o eventual apoio à posse do novo chefe de Governo espanhol, incluindo uma anistia para os independentistas da Catalunha.

Em uma entrevista coletiva em Bruxelas, Puigdemont também mencionou entre as condições o “respeito à legitimidade do independentismo” catalão, a retirada dos processos judiciais contra os independentistas e a criação de um mecanismo de verificação do cumprimento dos acordos.

As eleições de julho na Espanha deixaram o partido de Puigdemont, “Junts per Catalunya”, no centro do tabuleiro político, pois nenhum dos principais candidatos, o atual primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez e o conservador Alberto Núñez Feijóo, conseguiu um número suficientes de cadeiras no Parlamento para garantir o posto de chefe de Governo.

Feijóo, o mais votado nas eleições, recebeu do rei Felipe VI a tarefa de enfrentar um debate de posse no Congresso nos dias 26 e 27 de setembro.

As possibilidades de sucesso, no entanto, são ínfimas, pois mesmo com o eventual apoio do partido de extrema-direita Vox e de outras pequenas legendas ele alcançaria o número necessário de deputados.

Nesta terça-feira, Puigdemont insistiu que não há negociações em curso para definir quem será apoiado por seu movimento, mas explicou as condições para negociar a eventual votação.

“Nenhuma destas pré-condições é contrária à Constituição e, portanto, a qualquer tratado europeu, e nem sequer exigem um longo processo legislativo: são condições prévias que devem ser cumpridas antes do fim do prazo legal para evitar novas eleições”, disse.

Puigdemont teve uma longa reunião na segunda-feira em Bruxelas com Yolanda Díaz, líder do partido de esquerda Sumar e segunda vice-presidente do governo de Sánchez.

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