O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, criticou nesta quinta-feira (15) a prolongada perseguição ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.

O Parlamento australiano aprovou na quarta-feira uma moção apoiada pelo primeiro-ministro apelando ao fim da perseguição a Assange, de 52 anos, para que ele possa voltar com sua família na Austrália.

Assange, de nacionalidade australiana, irá ao Supremo Tribunal de Londres na próxima semana em busca de permissão para recorrer da sua extradição para os Estados Unidos para ser julgado por espionagem.

“As pessoas terão opiniões diferentes sobre a conduta de Assange”, disse Albanese ao Parlamento.

“Mas independentemente da posição do povo, isso não pode continuar indefinidamente”, acrescentou.

Ele garantiu que levantou o caso de Assange “aos mais altos níveis” no Reino Unido e nos Estados Unidos, e que o governo australiano tem o dever de defender os seus cidadãos.

Citou o caso do jornalista australiano de origem chinesa Cheng Lei, libertado em outubro passado após mais de anos de prisão na China sob acusação de espionagem.

Também citou “sucessos” diplomáticos com os australianos detidos no Vietnã e em Mianmar.

Assange está detido desde abril de 2019 na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no sudeste de Londres.

Ele foi preso depois de passar sete anos recluso na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde enfrentou acusações de agressão sexual, que foram posteriormente retiradas.

Os Estados Unidos querem processar Assange por divulgar segredos militares sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Washington acusa-o de publicar cerca de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA a partir de 2010.

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