O jornalista brasileiro Glauber Faria ficará um ano de licença-paternidade na Alemanha, mas poderiam ser três. No país, a licença-maternidade inicial dura, em média, 14 semanas. Após esse período, cada responsável tem a opção de permanecer em casa por até três anos para cuidar dos filhos, sem o risco de perder o emprego.
“Eu estou tendo uma experiência incrível, porque é algo que eu não esperava, que pudesse ter essa oportunidade de ficar um tempo com a minha filha (…). Desde como ela falar ‘da, da, da’, ou como ela começar os primeiros passinhos dela, ficar em pé”, conta o jornalista Glauber Faria.
Na Alemanha, a licença-maternidade imediata é em média de 14 semanas. Mas, depois disso, cada responsável pode ficar em casa três anos para cuidar dos filhos, sem perder o emprego.
Nos primeiros 12 meses, os pais recebem um subsídio do governo que equivale a dois terços do salário líquido, mas no máximo 1.800 euros. Ele pode ser espalhado por mais tempo e, em alguns casos, até estendido.
São muitas as variantes. No caso do Glauber, ele dividiu esse tempo com a esposa, também brasileira, que já voltou a trabalhar.
“A minha filha ainda estava com seis meses e ainda tinha a questão da amamentação, mas ela precisou, por uma questão burocrática, voltar a trabalhar”, frisa Glauber.
Em setembro do ano passado, ele se afastou do trabalho e assumiu a maior parte da rotina de casa. “A gente faz isso com prazer, porque estamos cuidando da nossa filha. Mas também tem o trabalho de casa, braçal… É a nossa primeira filha. Então é tudo novo para mim”, acrescenta.
A Alemanha tenta estimular a população a ter mais filhos. Isso porque o envelhecimento populacional é um dos grandes desafios da economia.
Dar a chance aos pais de ficar em casa, em teoria, ajudaria também a corrigir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Mas a verdade é que Glauber ainda é uma exceção. Segundo o governo, menos de 3% dos homens que se tornaram pais pedem a licença.