Líbia prende general libertado e deportado pela Itália

ROMA, 5 NOV (ANSA) – A Procuradoria-Geral da Líbia ordenou nesta quarta-feira (5) a prisão do general Osama Njeem Almasri, alvo de um mandado de prisão pelo Tribunal de Haia, que na Itália, foi libertado após uma detenção, e, posteriormente, deportado em um avião oficial. Segundo a imprensa local, ele está em prisão preventiva, sendo acusado de homicídio e tortura de detentos em Trípoli.   

As investigações das autoridades líbias se concentraram em supostos abusos cometidos quando Almasri ocupou cargos de comando em prisões militares de Trípoli. Pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), ele foi declarado suspeito de crimes de guerra e contra a humanidade.   

No entanto, o caso do general gerou atrito, no início do ano, entre o governo italiano e o TPI, que acusou a Itália de não cumprir as regras mundiais.   

“Em 18 de janeiro, a Corte enviou pedidos urgentes de prisão provisória de Almasri a seis países europeus nos quais se acreditava que o suspeito poderia estar presente: um desses Estados era a Itália”, disse o TPI em fevereiro.   

“Em 19 de janeiro, [Almasri] foi preso em Turim e, em 21 de janeiro, foi libertado e levado de volta à Líbia. A Itália não tentou abrir consultas com a corte no período entre a emissão do mandado de prisão e o retorno de Almasri à Líbia”, acrescentou o órgão.   

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, assim como os ministros da Justiça, Carlo Nordio, e do Interior, Matteo Piantedosi, além do secretário do gabinete de Meloni, Alfredo Mantovano, foram alvo de um processo na Itália sobre a controversa libertação e deportação de Almasri. No último 28 de outubro, o caso foi arquivado.   

Após o anúncio da prisão do general, hoje, fontes do governo italiano afirmaram que em relação ao episódio “tudo está facilmente disponível para qualquer pessoa no site do Supremo Tribunal e foi amplamente discutido no Tribunal de Ministros, na Comissão de Autorizações da Câmara dos Deputados e na própria Câmara”.   

Ainda segundo as mesmas fontes, foi “o enfraquecimento da facção de Almasri em maio que permitiu sua detenção” nesta quarta na Líbia.   

Para o advogado Francesco Romeo, defensor de uma das vítimas do general, “persiste a indignação com a conduta de Meloni, Nordio, Piantedosi e Mantovano, que trouxeram Almasri de volta à Líbia, evitando assim seu julgamento perante o TPI, onde ele deveria responder pelos crimes cometidos”.   

“Não é garantido que isso aconteça em Trípoli”, acrescentou.   

(ANSA).