Libertam 45 militares que ainda estavam retidos na zona guerrilheira da Colômbia

Um grupo de 45 militares foi libertado nesta segunda-feira (8) após passar um dia retido em uma zona controlada por rebeldes dissidentes das extintas Farc no sudoeste da Colômbia, disse um porta-voz do Ministério da Defesa à AFP.

Centenas de moradores retiveram 72 militares após uma operação militar no cânion de Micay, reduto da produção de cocaína, dominado por cultivos ilícitos e onde operam rebeldes que rejeitaram o acordo de paz de 2016 entre o governo e as Farc.

O exército conseguiu retirar 27 deles no domingo e nesta segunda-feira foi anunciada a liberação dos 45 restantes. Os militares foram transferidos para a cidade próxima de Popayán, anunciou o exército na rede social X.

As retenções de militares e policiais são frequentes em zonas remotas da Colômbia controladas por grupos armados e com pouca presença estatal.

As autoridades denunciam que nestas retenções é comum a participação de moradores, na sua maioria camponeses cocaleiros, que atuam manipulados ou obrigados pelas organizações ilegais.

O presidente Petro pediu no X a liberação de todos os membros da força pública retidos no país. “Até este momento há sete militares sequestrados por civis. Libertem-nos já”, disse no X.

Fontes do Exército consultadas pela AFP dizem que o presidente se refere a outros militares em diferentes zonas do país e nas mãos de diferentes organizações.

Em 2024, Petro empreendeu uma ofensiva para recuperar o controle dessa zona, mas encontrou uma forte resistência da comunidade cuja subsistência depende do cultivo de folha de coca.

“Os camponeses do Micay sabem que é hora de começar a substituição de cultivos [ilícitos] de forma pacífica. É a oportunidade”, escreveu Petro no X no domingo, dirigindo-se aos moradores da região.

Imersa em uma guerra interna de meio século que envolve guerrilhas, narcotraficantes e forças estatais, a Colômbia vive sua pior crise de segurança na última década.

No sudoeste do país ataques com explosivos e emboscadas armadas são cada vez mais frequentes, deixando vítimas fatais, entre militares e civis.

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