A jornalista espanhola Salud Hernández, o jornalista Diego D’Pablos e o câmera Carlos Melo, ambos colombianos, foram libertados nesta sexta-feira, no nordeste da Colômbia, após alguns dias em poder da guerrilha do ELN.

“Está confirmado que foi libertada”, declarou à emissora TV Caracol o arcebispo de Ocaña, Gabriel Villa, sobre Hernández. “Foi entregue e está livre neste momento”, acrescentou o religioso, assegurando ter falado por telefone com a jornalista, colaboradora do jornal espanhol El Mundo e colunista do colombiano El Tiempo.

Em declarações à TV Caracol, Hernández disse: “Estou muito bem. Muitíssimo obrigada à Igreja católica, muitíssimo obrigado a todos os colegas”.

“Foi tudo muito rápido, o que acontece é que a volta não é tão rápida porque, como sabemos, as estradas desta Colômbia rural, bem, são um desastre”, acrescentou.

Horas depois, a rede RCN da Colômbia anunciou a libertação de seus jornalistas Diego D’Pablos e Carlos Melo, que também estavam em poder do ELN na conturbada região do Catatumbo, fronteiriça com a Venezuela.

“O ELN libertou Diego D’Pablos e seu companheiro Carlos Melo”, informou em sua conta no Twitter Noticias RCN, o jornal da televisão, sobre o repórter e o cinegrafista detidos por homens armados no município de El Tarra, Norte de Santander, enquanto cobriam a notícia da desaparição de Hernández.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

“Estamos muito bem”, disse D’Pablos, citado pela RCN. “O tratamento foi bom”, acrescentou o jornalista.

O presidente Juan Manuel Santos celebrou a notícia e agradeceu à Igreja Católica e à Defensoria do Povo, organismo que vela pelos direitos humanos na Colômbia.

D’Pablos e Melo foram levados na segunda-feira por homens armados não identificados no município de El Tarra, quando cobriam o desaparecimento de Hernández, residente na Colômbia desde o fim dos anos 1990 e que também tem nacionalidade colombiana.

Após falar com Hernández, Andrés Mompotes, vice-diretor de El Tiempo, disse à AFP que a jornalista estava viajando em um veículo da Igreja.

O Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), que no fim de março anunciou o lançamento em breve de diálogos de paz formais com o governo, cujo início está condicionado ao fim da prática de sequestro, assumiu a “retenção” de Hernández em um comunicado entregue à própria jornalista”.

“A retenção da jornalista obedece apenas a ações de rotina para neutralizar a infiltração inimiga na zona”, com base em um “plano de controle territorial”, explica no comunicado a Frente de Guerra Norte Oriental do ELN.

No entanto, o governo de Juan Manuel Santos responsabilizou esta guerrilha por manter em seu poder os comunicadores, e a própria Hernández o confirmou, sem dar maiores detalhes do ocorrido.

A Colômbia vive um conflito armado de mais de meio século, que abarca guerrilhas, paramilitares, grupos de narcotraficantes e forças do Estado, que já deixou 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados.

ad/lda/yow/mvv/lr


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias