Principal clássico do futebol paulista, Palmeiras e Corinthians nunca se enfrentaram em uma decisão de competição continental em suas histórias centenárias. Esse cenário de rivalidade se altera neste ano, na Copa Libertadores feminina. Classificado à final após derrotar o Atlético Nacional, da Colômbia, por 3 a 1, o time alviverde vai medir forças com o rival alvinegro, que eliminou o Inter nos pênaltis (4 a 3) após empate por 1 a 1 no tempo normal, na noite desta quarta-feira. A final acontece no próximo sábado, a partir das 20h30 (horário de Brasília). O time de Arthur Elias está invicto há 22 confrontos no ano.

O Palmeiras, atual campeão, venceu sem dificuldades as colombianas na semifinal. Um dos favoritos ao título – ao lado do rival paulista -, contou com os gols de Bia Zaneratto e Amanda Gutierres (duas vezes) para avançar à sua segunda decisão consecutiva da competição, que acontece na Colômbia neste ano. Antes de 2019, o Palmeiras não tinha uma equipe de futebol feminino. Hoje, tem um orçamento destinado à modalidade e investe tanto na formação de atletas quanto para reforçar o elenco.

“Acho que a chave desse time é a coletividade. A gente sempre joga assim e faz a diferença. Esse é nosso espírito e é assim que vamos para a final em busca de mais um título”, afirmou Bia Zaneratto, estrela do Palmeiras, com seis gols e seis assistências nesta Libertadores, após a vitória diante do Atlético Nacional. “A gente não escolhe adversário, o que vier vamos dar nosso melhor para buscar o título”, disse, referindo-se à possibilidade de ter o rival Corinthians na final.

Corinthians e Inter voltaram a se enfrentar após decisão do Campeonato Brasileiro de 2022, com título corintiano. Na noite desta quarta, os dois times empataram por 1 a 1 no tempo normal e precisaram decidir a vaga nas penalidades. A equipe paulista, então, levou a melhor por 4 a 3. A final será disputada no sábado, no estádio Olímpico Pascual Guerrero, em Cali, na Colômbia.

Esta será a segunda decisão entre clubes brasileiros na história da Libertadores feminina, disputada desde 2009. Em 2019, Corinthians e Ferroviária fizeram o que era até então a única final entre times do mesmo país, com vitória corintiana por 2 a 0 e primeiro título continental para o clube na modalidade. As “Brabas”, como são apelidadas as jogadoras do Corinthians, nunca perderam uma decisão continental e jogam também pelo treinador Arthur Elias, que vai embora.

O comandante já assumiu o cargo de treinador da seleção brasileira feminina e deixará o clube ao fim da Libertadores. Em suas palavras, ele terá a missão de “recuperar o protagonismo da seleção” e “trazer resultados em curto prazo”, citando os Jogos Olímpicos de Paris, no próximo ano.

Contando o período da parceria do clube com o Osasco Audax – que rendeu um título da competição em 2017, mas que não é creditado ao Corinthians após a extinção deste vínculo -, são 14 conquistas em sete anos de trabalho. Antes, ele dirigiu o Nacional-AC e trabalhou como supervisor do futebol feminino e treinador do Associação Desportiva Centro Olímpico (Adeco), time pelo qual surpreendeu e conquistou o Campeonato Brasileiro de 2013, o primeiro como profissional.

Até chegar à semifinal, o Corinthians ainda não havia sido vazado na competição até o duelo com o Inter. Ao todo, são 22 gols marcados e apenas um sofrido nos seis jogos até aqui. Nas quartas, goleou o América de Cali. Na fase anterior, fez 5 a 0 sobre o Limpeño.

HISTÓRICO CONTINENTAL

Mesmo sem considerar o título de 2017, o Corinthians é, ao lado do São José, o maior campeão da Libertadores feminina, com três títulos. O Palmeiras se fortalece, tanto no cenário nacional quanto no internacional, para rivalizar com o adversário histórico. Caso se encontrem, será a primeira decisão entre os clubes, considerando tanto as modalidades masculina quanto a feminina, em um cenário continental.

No masculino, Corinthians e Palmeiras se enfrentaram em duas ocasiões no mata-mata, ambas com triunfos do lado alviverde. Em 1999, nas quartas de final, e em 2000, na semifinal.

A primeira decisão brasileira da Libertadores feminina marca o domínio do País no cenário sul-americano. Nas 14 edições do torneio, em apenas uma o Brasil não esteve representado na final. Isso ocorreu em 2016, quando a decisão teve o duelo entre Limpeño, do Paraguai, e Estudiantes de Guarico, da Venezuela. São 11 títulos do Brasil, enquanto Colômbia, Paraguai e Chile conquistaram apenas uma vez cada a competição.