VATICANO, 10 OUT (ANSA) – O papa Leão XIV afirmou nesta sexta-feira (10), no Vaticano, que o direito à liberdade religiosa não é opcional, mas essencial” em toda sociedade justa.
A declaração foi dada durante uma audiência com membros da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“Enraizada na dignidade da pessoa humana, criada à imagem de Deus e dotada de razão e livre-arbítrio, a liberdade religiosa permite que os indivíduos e as comunidades procurem a verdade, a vivam livremente e a testemunhem abertamente”, disse o Pontífice.
Leão XIV destacou ainda que a liberdade religiosa é “uma pedra angular de qualquer sociedade justa, pois salvaguarda o espaço moral no qual a consciência pode ser formada e exercida”.
“A liberdade religiosa, portanto, não é meramente um direito legal ou um privilégio concedido pelos governos; é uma condição fundamental que torna possível a reconciliação autêntica”, acrescentou.
De acordo com Robert Prevost, quando esta “liberdade é negada, a pessoa humana é privada da capacidade de responder livremente ao apelo da verdade”.
“O que se segue é uma lenta desintegração dos laços éticos e espirituais que sustentam as comunidades: a confiança dá lugar ao medo, a suspeita substitui o diálogo e a opressão gera violência”, acrescentou.
Leão XIV reforçou ainda que, como observou o falecido papa Francisco, “‘não pode haver paz sem liberdade religiosa, liberdade de pensamento, liberdade de expressão e respeito pela opinião dos outros'”.
Por fim, o Santo Padre lembrou do monitoramento da perseguição aos cristãos pela Ajuda à Igreja que Sofre, ressaltando que, “por mais de 25 anos, o ‘Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo’ tem sido uma ferramenta poderosa para aumentar a conscientização”.
“Este relatório faz mais do que fornecer informações: ele testemunha, dá voz aos que não têm voz e revela o sofrimento oculto de muitos. O compromisso de vocês também se estende ao apoio à missão da Igreja em todo o mundo, alcançando comunidades que muitas vezes estão isoladas, marginalizadas ou sob pressão”, concluiu. (ANSA).