O Líbano afirmou neste sábado (15) que denunciará Israel ao Conselho de Segurança da ONU por ter construído um muro no sul do território libanês, algo que já havia sido apontado na véspera pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano, a Unifil.
Israel rejeitou as acusações da Unifil e alegou que estava “reforçando a barreira física” ao longo da linha de demarcação com seu vizinho do norte, mas não em território libanês.
O gabinete do presidente libanês, Joseph Aoun, indicou que ordenou “apresentar uma queixa urgente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Israel por construir um muro de cimento na fronteira sul do Líbano, através da Linha Azul”, que marca a fronteira entre os dois países.
Ele pediu que a queixa “seja acompanhada de relatórios apresentados pela ONU que refutam a negação por parte de Israel da construção do muro”.
Em um comunicado, a Unifil havia especificado que em outubro descobriu “um muro de cimento construído pelas Forças de Defesa de Israel no sudoeste de Yaroun”.
“A investigação confirmou que o muro atravessava a Linha Azul”, que marca a fronteira entre os dois países, “tornando mais de 4.000 metros quadrados de território libanês inacessíveis” para os habitantes, acrescentou no comunicado.
Questionado pela AFP, o Exército israelense afirmou que “esse muro faz parte de um plano mais amplo do [Exército] cuja construção começou em 2022” e que “não atravessa a Linha Azul” traçada pela ONU, destacou um porta-voz.
Desde o início da guerra desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, o Exército israelense “aplicou uma série de medidas, especialmente o reforço da barreira física ao longo da fronteira norte”, acrescentou o porta-voz.
Cerca de 10.800 capacetes azuis estão posicionados entre Israel e Líbano desde março de 1978, mas o mandato da Unifil expirará em dezembro de 2027, já que Israel e os Estados Unidos não quiseram prolongá-lo para além dessa data.
lg/dc/vl/mdh/eg/jvb/dd/rpr