Lia Clark fala sobre singles ousados de novo álbum: ‘Quero que as pessoas se sintam livres’

Lia Clark
Lia Clark Foto: Divulgação

Depois de muitas expectativas, Lia Clark lançou seu novo álbum nesta última quinta-feira, 26, “Lia Clark: The Album”. A produção, que chega como a tão esperada sequência de seu último trabalho musical, já está disponível em todas as plataformas digitais. Segundo Lia, esse projeto traz uma continuidade de tudo que vem construindo em sua carreira desde 2016.

Com um compilação de faixas que representam uma jornada de auto aceitação, liberdade e desafio aos preconceitos, o álbum mergulha nas raízes da artista, trazendo diversas vertentes do funk.

“No começo da minha carreira, eu vim fazendo esse funk LGBTQIA+ numa época onde a gente ia para as boates e escutava mais a galera hétero, que realmente não transita dentro da nossa comunidade. Então, eu sempre ouvi que ser uma drag fazendo funk foi super inovador e eu fico muito feliz. Esse álbum é um firmamento de como isso mudou a minha vida”, conta.

Para a artista, esse trabalho também representa como é possível se encontrar como artistas sem pressão social, além de mostrar que, apesar das barreiras, foi possível abrir espaço para uma expressão mais inclusiva.

“O funk é um gênero que enfrenta muito preconceito, ser drag é muito preconceito, ser gay é muito preconceito, ser preta é muito preconceito e, mesmo assim, eu enfrentei e fiz o que achava que tinha que fazer. Isso mostra que é possível, por mais que tudo que está construído perante a sociedade te aponte que o caminho é errado. Não que seja fácil, mas mostra como você deve ser fiel ao que você é mesmo”, expressa.

O álbum também destaca a atitude de Lia em relação à sexualidade e à expressão artística. Em suas músicas, ela fala abertamente sobre sexo e explora temas considerados tabus. Para a cantora, a arte pode ser uma plataforma poderosa para normalizar diálogos e empoderar as pessoas a se libertarem.

“Eu gosto de falar sobre sexo, putaria, fazer duplo sentido e brincar com a mente das pessoas, porque por mais que seja algo mais falado hoje em dia, sexo sempre acaba sendo um tabu. Quando você escuta uma música e tem algo muito explícito, tua percepção da música muda, porque não estamos acostumados a falar. Eu gosto de trazer isso, falar abertamente em cima dos palcos, nos clipes, porque é algo normal, que quase todo mundo faz, tirando as pessoas assexuais. Então, eu quero que as pessoas se sintam livre”, declara.