O artilheiro polonês do Bayern de Munique, Robert Lewandowski, conquistou nesta segunda-feira (17) o prêmio “The Best” de melhor jogador do mundo da Fifa de 2021, enquanto a espanhola Alexia Putellas, do Barcelona, levou o troféu no feminino.

Após perder a Bola de Ouro da revista France Football para Lionel Messi (ex-Barcelona, atual PSG), Lewandowski superou o argentino e o egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, na votação da Fifa, enquanto Putellas conseguiu uma dobradinha, pois também foi a escolhida da prestigiada revista francesa.

Na temporada 2020-2021, ‘Lewa’ (33 anos), fez história na Bundesliga ao marcar 41 gols em 29 jogos, um a mais que o recorde anterior em uma mesma edição do Campeonato Alemão, que pertencia a Gerd Müller, na temporada 1971-1972.

“Sei o que significava bater esse recorde, marcar 41 gols em 29 jogos, e se tivessem me dito há alguns anos, eu responderia: ‘Não, é impossível marcar tantos gols em uma temporada da Bundesliga'”, afirmou o artilheiro.

– Homenagem a Müller –

Ídolo histórico do Bayern e da seleção alemã, o ‘Bombardeiro’ Gerd Müller foi Bola de Ouro em 1970 e campeão do mundo em 1974, mas faleceu em agosto de 2021, aos 75 anos, por decorrência da doença de Alzheimer. Hoje, Lewandowski fez questão de homenageá-lo.

“Quero agradecê-lo, porque, sem ele, isso não teria sido possível […] Para mim, assim como para todos os jogadores das gerações seguintes, o próximo objetivo era bater seus recordes”, disse o polonês por videoconferência.

Apesar do desempenho brilhante na Bundesliga, Lewandowski não teve o mesmo sucesso em competições europeias. O Bayern foi eliminado nas quartas de final da Liga dos Campeões sem poder contar com o atacante, que estava lesionado, enquanto na Eurocopa a seleção polonesa caiu na fase de grupos, mesmo com o artilheiro marcando três gols em três partidas.

O jurado da premiação da Fifa, composto por técnicos de seleções, capitães, jornalistas e torcedores de todo o mundo, tinha que decidir com base nas atuações dos jogadores no período entre 8 de outubro de 2020 e 7 de agosto de 2021, segundo o regulamento.

A outra grande protagonista foi a meio-campista Alexia Putellas, que já tinha feito história ao se tornar a primeira espanhola a conquistar a Bola de Ouro, e agora também levou o “The Best”, superando na votação sua companheira de Barcelona e seleção espanhola, Jennifer Hermoso, e a australiana Sam Kerr, que defende o Chelsea da Inglaterra.

– ‘2021 foi perfeito’ –

A maestra do clube catalão, de 27 anos, sucedeu no prêmio a inglesa Lucy Bronze, que defende o Manchester City. Putellas fez uma temporada extraordinária em 2021, vencendo com seu clube o Campeonato Espanhol, a Copa da Rainha e a Liga dos Campeões da Europa.

“2021 foi perfeito, esperamos que este ano continuemos assim. Estou muito feliz e quero agradecer a todas as minhas companheiras, isto [o prêmio] é de todas”, declarou Putellas ao receber o troféu.

Preguntada sobre o nível do futebol feminino espanhol, a meio-campista declarou: “Na Espanha, há muito talento, faltava trabalho e tempo. Também precisávamos de um projeto que acreditasse que poderíamos ser as melhores do mundo, e o Barça fez isso”, frisou.

A cerimônia de entrega dos prêmios ocorreu de maneira virtual em Zurique, na Suíça, sem público e sem a maior parte dos protagonistas, como consequência da pandemia de covid-19.

– Protagonismo para Cristiano Ronaldo, Lamela e Chelsea –

Um dos poucos que compareceram ao local da premiação foi o português Cristiano Ronaldo, que recebeu um troféu especial por ter batido o recorde de gols em partidas de seleções: 115 com Portugal, superando os 109 tentos marcados pelo iraniano Ali Daei.

“É um sonho […] Tenho de agradecer aos meus colegas, especialmente de seleção portuguesa, ao longo dos últimos 20 anos”, declarou o português ao receber o prêmio das mãos do presidente da Fifa, Gianni Infantino. “Nunca pensei bater este recorde”, admitiu.

No restante das categorias, o clube inglês Chelsea assumiu o protagonismo ao acumular os dois troféus de melhor treinador, com Thomas Tuchel (masculino) e Emma Hayes (feminino), além do melhor goleiro para Edouard Mendy.

Nenhum brasileiro estava entre os candidatos ao prêmio, mas o futebol sul-americano se fez presente com a chilena Christiane Endler, que levou a distinção de melhor goleira, e o argentino Érik Lamela, que recebeu o “Puskas” pelo gol mais bonito, um golaço de letra quando defendia o Tottenham, na derrota para o Arsenal em março do ano passado.

Por fim, a equipe médica e os jogadores da seleção da Dinamarca ficaram com o prêmio “Fair-Play” por terem socorrido e salvado a vida do capitão da equipe, Christian Eriksen, quando ele desmaiou durante a partida da Eurocopa contra a Finlândia após sofrer um ataque cardíaco.

jta-jed/mcd/rpr/am