O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chegou a Mossoró (RN) na manhã deste domingo, 18, para acompanhar as investigações sobre a fuga dos dois detentos da penitenciária federal de segurança máxima, localizada no município potiguar.

Essa é a primeira fuga registrada na história da rede penitenciária federal, onde estão líderes de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, o ministro foi acompanhado do diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Gustavo Souza. Em Mossoró, o ministro foi recebido pela governadora do RN, Fátima Bezerra (PT).

Em entrevista coletiva nesta manhã, o ministro afirmou que em breve a “situação será superada” e que a fuga dos fugitivos foi “um problema localizado”.

Também na coletiva, a governadora do RN destacou que as forças policiais estão empenhadas para localizar os fugitivos. Ela também destacou que o governo federal já está tratando das medidas corretivas para evitar novos episódios como esse.

Ao longo do dia, Lewandowski deve se reunir com os chefes das equipes que estão à frente das buscas dos dois fugitivos. As agendas serão acompanhadas pelo titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, que está na cidade desde quarta-feira, 14, data da fuga.

Em entrevista na quinta-feira, 15, o ministro afirmou que a prioridade, neste momento, a recaptura dos dois fugitivos. Cerca de 300 agentes – da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e forças estaduais – foram mobilizados nesta ação, além do alerta vermelho da Interpol. Também há três helicópteros e drones atuando na busca.

Os policiais trabalham com a hipótese de que os foragidos estejam num perímetro de 15 quilômetros ao redor da Penitenciária Federal de Mossoró. Câmeras externas não registraram a chegada de veículos para resgatar os prisioneiros e também não foram identificados furtos ou roubos de veículos na região, o que reforça a hipótese de que Deibson e Rogério fugiram a pé.

Quem são os fugitivos da prisão de Mossoró?

  • Conhecido como “Deisinho” ou “Tatu”, Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, é considerado um criminoso da “primeira leva” de batismos (quando um criminoso é aceito como membro da facção) do Comando Vermelho no Acre, no fim de 2013. Ele soma penas de mais de 60 anos, com acusações que se acumulam desde a adolescência
  • Já Rogério da Silva Mendonça, apelidado de “Cabeça de Martelo” ou “Querubin”, entrou posteriormente na facção criminosa, em processo de expansão do crime organizado pela região Norte. Conforme o Ministério Público do Estado do Acre, as investigações ainda não conseguiram precisar quando ele ingressou no CV, mas o criminoso passou a ter papel importante dentro da prisão. Suas penas somam mais de 70 anos

Os dois presos que escaparam na quinta-feira, 15, da Penitenciária Federal de Mossoró, unidade de segurança máxima no interior do Rio Grande do Norte, fizeram uma família refém na noite da sexta-feira, 16. Eles se alimentaram e continuaram com a fuga.

Os criminosos foram transferidos para Mossoró após terem participado de uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, na região metropolitana de Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos em julho de 2023.

A transferência foi feita a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Acre. Além de Deibson e Rogerio, 12 presos foram remanejados nas mesmas circunstâncias.

Inquérito

Ao mesmo tempo, há duas investigações em curso. Uma delas, de caráter administrativo, para apurar as responsabilidades da fuga e que podem levar a um processo administrativo. Ela está sob a liderança do titular da Senappen, André Garcia.

Também há um inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos dois detentos da penitenciária.

* Com informações do Estadão Conteúdo