Cesar Sales

Futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno demonstrou estar muito à vontade nas visitas que Jair Bolsonaro (PSL) fez aos tribunais superiores na semana passada. Talvez por ter uma filha advogada conheça bem os meandros do Judiciário. O militar também tem participação decisiva na composição do alto escalão federal e no grupo de transição. Sua equipe faz uma varredura na vida dos indicados. O deputado Alberto Lupion (DEM-PR) teria sido um dos indicados que não conseguiu uma função gratificada, em função da acusação de receber Caixa 2 da Odebrecht, nas eleições de 2010 e 2012.

Forças Armadas
Governo colegiado

Antes de escolher o general Fernando Azevedo e Silva para o Ministério da Defesa, o presidente eleito Jair Bolsonaro tomou uma decisão que evidencia uma mudança na forma de atuação das Forças Armadas. Suas audiências com o chefe da Defesa terão a participação dos comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha. Aliás, Bolsonaro quer os três comandantes militares na foto oficial de sua posse, ao lado do ministério.

Imóveis
Novo negócio

Na onda contemporânea do compartilhamento, a CEF estuda lançar imóveis em que o investidor adquire uma unidade e participa de um sistema associativo em que a mesma será alugada. Ele não pode utilizá-la para residir ou fechar contrato
com um inquilino direto. Uma administração específica gerencia o negócio. A revelação inédita do vice-presidente do banco Paulo Antunes foi feita em evento do Lide, no Fórum do Setor Imobiliário e da Construção Civil. Entre os que aplaudiram a iniciativa estava o presidente da Vitacom, Alexandre Lafer, especialista em inovações urbanas.

Militares
Sem cornetadas

Para que não paire dúvidas sobre os passos que Jair Bolsonaro e sua equipe darão, o general Hamilton Mourão, vice do presidente eleito, tem dito em reuniões a portas fechadas que o Brasil hoje tem “um governo militar eleito”. E com a eloquência que Deus lhe deu enfatiza que a população “precisa se aperceber disso”. O quatro estrelas dissemina assim a tese de que o governo está legitimado e agirá como se sob um regime militar. Mas o País ficará melhor sem ameaças e com um pacto social.

PT
Dirceu zangado

Já foram muito melhores as relações de José Dirceu com o PT. O ex-ministro fica na bronca quando alguém no partido faz referência aos “poucos petistas que caíram acusados de corrupção”, citando-o e à Antonio Palloci, preso há dois anos em Curitiba. Tal como Lula, Dirceu jura inocência e insiste que foi condenado sem provas e que “jamais recebeu propinas. Somente honorários como consultor e advogado”.

Divulgação

Lava Jato
Quase pronta

Substituta de Sérgio Moro, a juíza Gabriela Hardt pode deixar sua marca antes que o novo(a) responsável pela Lava Jato seja escolhido pelo TRF-4. A expectativa da Força-Tarefa no MPF é que a segunda sentença dos processos abertos contra Lula seja publicada até dezembro. As alegações finais já foram apresentadas e o caso envolve a compra de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo e de um terreno para sede do Instituto Lula.

Poder
Livro de cabeceira

Divulgação

Presidente do TSE, a ministra Rosa Weber foi alvo de elogios na semana passada, quando recebeu Jair Bolsonaro (PSL) na companhia dos seis titulares do tribunal, como Luis Roberto Barroso e Edson Fachin. Aliás, o gesto inédito do presidente eleito em visitar o STF, STJ, TST e TSE antes de assumir agradou o Judiciário. O bom clima permitiu a Bolsonaro uma brincadeira, ao receber da anfitriã um exemplar da Constituição: “não sei a razão, mas todo mundo está me entregando cópia dessa Carta”.

Petróleo
Avanço

Com resultados positivos após a Lava Jato, a Petrobras conseguiu reduzir em 4% o custo do refino de petróleo nos três primeiros trimestres de 2018. Em 2017, transformar um barril de óleo bruto em derivados como gasolina e diesel custava R$ 9,35. Agora, sai por R$ 9,01.

Justiça
Fora de ação

Diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Ana Carolina Caram tirou férias depois de o marido ser alvo da Operação Capitu. Antes de ser preso, o advogado Mateus Lima jogou dinheiro na privada quando os agentes chegaram em sua casa, em Nova Lima (MG).

Energia
Contrato gordo

Quatro grandes consórcios sediados no Brasil estão prestes a serem escolhidos para realizar a atualização tecnológica de Itaipu. O negócio de US$ 425 milhões deve ir para a GE Energias e a Grid Solutions Transmissión de Energia; Voith Hydro, Tractebel Engineering e a Siemens; Andritz Hidro e a Asea Brown Bovery e, finalmente, a Soluções de Automação Emerson. Os paraguaios chiaram porque os grupos brasileiros farão a parte principal da obra. Como contrapartida caberá a empresas locais trabalhos complementares, pelos quais receberão US$ 235 milhões.

Automobilismo
Sem licença

Os fãs da velocidade talvez demorem para ver Sérgio Sette Câmara e Pietro Fittipaldi no cockpit de um F1. Foram anunciados, respectivamente, como novos pilotos de testes da McLaren e da Hass. Mas uma fonte revelou à Coluna que os dois não possuem a “superlicença”, exigida pela FIA, por falta de pontuação em competições oficiais. Sem a credencial, a dupla não poderá entrar nas pistas de prova, limitando-se a trabalhar em simuladores.

Congresso
Air Eunício

No mesmo dia em que colocou em votação o reajuste dos salários dos ministros do STF, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, jogou mais um pouco de dinheiro público no ralo ao viajar de Brasília para Fortaleza, a fim de participar de inauguração de uma obra do metrô. Nem aí para a economia foi e voltou num jato da FAB. No Ceará permaneceu cerca de 4h.

Cangaço
O fim de Virgulino

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Acabou o mistério. Lampião não morreu em combate, aos 40 anos, mas por um tiro isolado dado a 8m de distância. Apertou o gatilho do fuzil Mauser alemão, calibre 7 mm, Sebastião Vieira Sandes, do Regimento Policial Militar de Alagoas. Ele integrava uma tropa com quatro soldados e o episódio ocorreu na grota do Angico, em julho de 1938. Para entrevistar Sandes, o autor de “Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço” (Global Editora), Frederico Pernambucano, o procurou por 23 anos. Aos 87 anos, condenado pelo aneurisma inoperável, ele falou.

Presídios
Saída do crime

Vanderlei Almeida

A ex-modelo Débora Judges voltou da Itália e está ensinando o que aprendeu nas passarelas internacionais. Suas alunas do programa Universal Socioeducativo Brasil são adolescentes apreendidas pela prática de delitos, no Rio de Janeiro.