Acostumado a evitar polêmicas e dono de grande respeito no mundo do tênis, Rafael Nadal se tornou “embaixador” da Federação de Tênis da Arábia Saudita, país que vem sendo criticado nos últimos anos por buscar melhorar sua imagem em nível global com maciço investimento nos esportes.

De acordo com a federação, o tenista de 37 anos vai ajudar a promover a modalidade no país saudita e poderá até abrir uma unidade de sua academia no local futuramente. Nadal não está competindo no Aberto da Austrália, em Melbourne, porque sofreu lesão em seu retorno ao circuito no início do ano.

A parceria entre Nadal e a federação saudita é mais um movimento do país em sua aproximação com o tênis. Atualmente, a Arábia Saudita é a sede do Torneio Next Gen, para os melhores tenistas com menos de 21 anos no circuito. O contrato entre a ATP e a cidade de Jeddah vai até 2027.

No mesmo sentido, a WTA vem negociando realizar seu torneio final da temporada, o WTA Finals, no mesmo país, no futuro. Esta possibilidade já se tornou alvo por parte das tenistas. “Ainda estamos esperando uma decisão sobre o assunto. Sempre foi difícil para eu dizer se é bom ou não porque não é um lugar fácil para as mulheres. Obviamente, esses países também querem mudar e melhorar politicamente e sociologicamente. É difícil para mim resumir em uma frase, não sei se é uma boa decisão ou não”, disse a polonesa Iga Swiatek, atual número 1 do mundo, nesta terça-feira.

Nos últimos anos, o governo saudita vem se tornando sede de diversos campeonatos de diferentes modalidades, como futebol, Fórmula 1 e tênis. O país recebe críticas pelo mundo porque estaria praticando o chamado “sportswashing”, que vem a ser o uso estratégico e político do esporte para melhorar a reputação de um país.

Grupos de direitos humanos afirmam que as mulheres continuam a sofrer discriminação em diferentes aspectos na vida familiar no país. E que a homossexualidade ainda é um tabu.