O líder opositor detido Leopoldo López propôs nesta segunda-feira que os venezuelanos votem em um referendo sobre a declaração de “abandono do cargo” do presidente Nicolás Maduro.
“Não tenham dúvidas, a Assembleia Nacional possui toda a legitimidade concedida pelo voto popular para fazer o julgamento político de Maduro e declarar seu abandono do cargo (…). É preciso exercer esta maioria, tomar decisões e convocar nosso povo a apoiá-las”, disse López em carta enviada ao Legislativo através de um deputado de seu partido.
O presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, confirmou que a oposição retomará nesta terça-feira a discussão sobre a responsabilidade política de Maduro na grave crise econômica do país, com a qual pretende declarar seu “abandono do cargo” e promover sua destituição.
Mas as decisões da Assembleia são consideradas nulas desde que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) declarou o Parlamento em “desacato” por empossar três deputados cuja eleição foi suspensa por denúncias de fraude.
O TSJ também proibiu em novembro que o Parlamento mantivesse a discussão sobre o “abandono do cargo” considerando que trata-se de um “julgamento político” (impeachment), algo que não está previsto na Constituição.
Enquanto não houver um “referendo popular para confirmar ou rejeitar a decisão da Assembleia Nacional”, López propõe que a oposição organize manifestações em defesa da “soberania do voto popular”.
“A mudança é urgente”, afirmou o dirigente, preso desde 2014 acusado de incitar à violência nas manifestações deste ano contra Maduro, que deixaram 43 mortos.