FLORENÇA, 21 MAI (ANSA) – Em mais um passo na “caça” ao DNA do artista italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e seus herdeiros, um estudo genético sobre a possível árvore genealógica do gênio renascentista localizou ao menos seis possíveis descendentes vivos.
A análise feita por pesquisadores italianos revelou que partes do cromossomo Y, usadas para reconhecimento individual, coincidem entre si, confirmando assim a continuidade genética da linhagem masculina da família de Da Vinci, pelo menos a partir da 15ª geração.
A mais recente atualização de 30 anos de pesquisa pode ser encontrada no volume “Genìa Da Vinci”, editado pelo fundador do Museu Ideal Leonardo Da Vinci, Alessandro Vezzosi, e pela presidente da Associazione Leonardo Da Vinci Heritage, Agnese Sabato, e expande a última pesquisa divulgada em 2021.
A obra documenta uma árvore genealógica da família que remonta a 1331, ou seja, bem antes do nascimento de Da Vinci, abrange 21 gerações e envolve mais de 400 indivíduos.
Ao analisar fontes e documentos de arquivo, os autores identificaram 15 descendentes em linha masculina direta, parentes atuais, genealogicamente, do pai e meio-irmão de Leonardo, Domenico Benedetto.
Isso permitiu que David Caramelli, presidente do Sistema de Museus da Universidade de Florença e coordenador do projeto de aspectos antropológicos e moleculares, e Elena Pilli, antropóloga forense, submetessem seis deles a testes de DNA, que revelaram a continuidade genética da linhagem masculina da família Da Vinci.
Também foi confirmada a existência de um possível túmulo familiar na Igreja de Santa Croce, em Vinci, perto de Florença, local atualmente objeto de escavações arqueológicas conduzidas em colaboração com a Universidade de Florença.
A expectativa é de que o avô do gênio da história da arte, Antonio, seu tio Francesco e alguns meio-irmãos, Antonio, Pandolfo e Giovanni, também podem ter sido enterrados lá.
Segundo os pesquisadores, o próximo passo é comparar o DNA desses restos mortais com o de pessoas consideradas descendentes vivos de Leonardo.
Anteriormente, Vezzosi chegou a explicar à ANSA que tinha, “em 2016, individualizado 35 descendentes vivos de Leonardo, mas eles eram mais indiretos, frutos de parentescos paralelos também na linhagem feminina, como no caso mais conhecido do diretor Franco Zeffirelli”.
De acordo com o italiano, porém, “essas não eram pessoas que nos davam informações úteis sobre o DNA de Leonardo e, em especial, sobre o cromossomo Y, que é transmitido aos descendentes masculinos e permanece quase sem variações por 25 gerações”.
Desta forma, em 2021, os dois estudiosos conseguiram definir 14 descendentes do sexo masculino, mas 13 deles não foram revelados. Na época, a mudança para o estudo pode ter sido baseada nos descendentes diretos da linhagem masculina, derivados do pai Piero (5ª geração) e do meio-irmão Domenico (6ª geração) – ao todo, são 22 meio-irmãos conhecidos.
“Eles têm idades entre 1 e 85 anos e não vivem em Vinci, mas em cidades-limítrofes de Versilia. Eles têm trabalhos normais, como empregados diversos, geômetra, artesãos”, pontuou o italiano naquele ano, sem dar mais detalhes de quem seriam esses homens.
(ANSA).