Em 1985, ano de ebulição do rock nacional, os amigos Leo Jaime e Leoni, que ainda era baixista do Kid Abelha, buscavam incessantemente pela fórmula do amor. Entre um rabisco e outro, além dos inúmeros hits escritos pela dupla, surgiu aquele que seria um dos hinos da década de 1980. A Fórmula do Amor é uma espécie de manual para os garotos e garotas da época: o que podia ou não ser dito ao pretendente? Qual roupa usar no primeiro encontro? Como impressionar a paquera? O amor, de fato, existia? Lançada em gravações diferentes e incluída em álbuns de Leo Jaime (Sessão da Tarde) e do Kid Abelha (Educação Sentimental), a música marcou a chamada geração de ouro do rock brasileiro.

Trinta e três anos depois, mais velhos e experientes em relação às coisas do coração, o goiano Leonardo ‘Leo’ Jaime e o carioca Leoni, ambos com 57 anos, são categóricos: “Perda de tempo”, diz Leoni. “O amor não tem fórmula. A idealização do amor é horrível porque você desperdiça o momento em prol de uma ideia que não existe. O amor não é perfeito. E a frustração que vem disso é muito grande. As pessoas precisam lidar com a realidade”, conclui ele.

Para comprovar tal argumento, eles gravaram A Fórmula do Amor II, uma continuação da emblemática música dos anos 1980. A canção foi lançada na semana passada em todas as plataformas digitais. Com uma roupagem mais moderna, a letra faz menção até mesmo ao Instagram, famosa rede social de fotos e vídeos. “Sou só mais um soldado derrotado nas batalhas do amor. A vida não é filme. As coisas são mais fáceis no Instagram e na televisão”, diz um dos trechos.

A recém-lançada A Fórmula do Amor II abre as apresentações do novo projeto da dupla. Intitulado Leoni & Leonardo, o show que já passou pelo Rio de Janeiro e chega a São Paulo nesta sexta-feira, 13, no Teatro Bradesco, é um marco na carreira do duo.

Depois de 20 anos, eles voltam a dividir o palco em uma apresentação especial. A última vez que isso aconteceu foi em 1998, no show Fotografia. Leoni relembra os tempos de Kid Abelha, deixa a guitarra de lado e assume o baixo. “A gente voltou a ter aquela sensação de fazer parte de uma banda, aquela coisa de adolescente. É um sentimento de celebração”, afirma Leo. “Precisei me readaptar no baixo. Rolou um estranhamento muito grande com o instrumento. Meu baixo estava desregulado e com as cordas gastas. Precisei entender qual era minha função na banda de novo. A gente vem ensaiando toda tarde, há um mês, e o horário que sobra eu pego o baixo para estudar. Voltei a tocar as minhas músicas no baixo. Não lembrava mais. Quando você está no violão, você conduz a coisa. No baixo você faz parte da banda”, conclui Leoni.

Com 24 sucessos conhecidos do público, a escolha do repertório não foi tarefa fácil. No set, músicas como Garotos II, Exagerado, Fórmula do Amor, Como Eu Quero, Só pro Meu Prazer, Pintura Íntima e A Vida Não Presta. “Foi difícil cortar. Tinha muita coisa. A gente acabou deixando de fora muitas músicas que tínhamos vontade de tocar”, ressalta Leoni. “Nós preparamos arranjos diferentes para algumas músicas, como A Vida Não Presta e Mensagem de Amor. São arranjos muito distantes dos originais. Eles ficaram mais adequados e atualizam as canções. As gravações originais tinham muitos saxofones. Era muito tecnopop”, complementa Leo.

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LEONI & LEONARDO

Teatro Bradesco. R. Palestra

Itália, 500 – Loja 263 – Perdizes, tel. 3670-4100. 6ª (13), às 21h.

R$ 100 a R$ 160

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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