Prestes a estrear como Cauã em “Rensga Hits!“, Leo Bittencourt, de 30 anos, conversou com o site IstoÉ Gente sobre o novo papel, que poderá ser visto em 26 de setembro, e outros temas.

O manauara avaliou a importância da presença de artistas da região Norte em uma indústria majoritariamente controlada pelo eixo Rio-São Paulo, além de falar sobre as raízes de sua paixão pela gastronomia. Ele também comentou o fim da trilogia “A Menina Que Matou os Pais”, do Prime Video, na qual interpreta Daniel Cravinhos. O último filme, “A Menina Que Matou os Pais – A Confissão”, retrata o desfecho do julgamento de Suzane Von Richthofen e dos irmãos Cravinhos.

O que esperar de Cauã, em ‘Rensga Hits!’

Leo Bittencourt e Alice Wegmann
Leo Bittencourt e Alice Wegmann (Crédito:Vitor Peruzze / Cabecidade)

Para viver o produtor musical e par romântico de Alice Wegmann na série da Globoplay, que se passa em Goiânia, o ator explica que passou por um treinamento intenso para evitar estereótipos.

“Faz parte da preparação a prosódia, que é essa adaptação ao sotaque local do pessoal de Goiânia. A gente tem uma pessoa de Goiás que nos ajuda com a fonética, e eu também pesquiso no Instagram vários influenciadores e pessoas de Goiânia para poder ter esse cantado”, conta. E completa: “A preocupação é não ficar caricato”.

Com menos de duas semanas de preparação antes do início das gravações, Leo ainda diz que dominou o personagem já em frente às câmeras. Ele também cita que aprendeu a tocar violão e teclado para viver o produtor musical.

“Foi um trabalho em que eu me diverti muito. O Cauã é um cara de jeito muito simples, mas ele tem questões com o passado dele que ele vai tentar esconder. Por essa batalha entre o presente e o passado, acho que o público vai se conectar muito com ele. Você torce por esse cara e, no meio de todo o contexto, ele entra na vida da Raíssa, que é a personagem da Alice Wegmann”, continua o ator.

E ele dá spoilers: “É curioso como ela está num momento da vida em que ela não quer mais conhecer ninguém, ela não está aberta a ter nenhum envolvimento amoroso depois de tantas desilusões, e ele surge com muitas características parecidas: o interesse pela arte, o interesse pela música; e rola uma conexão de imediato. Muitas coisas acontecem”.

Leo ainda conta que, na série, fãs terão a oportunidade de vê-lo cantando pela primeira vez, já no primeiro episódio da temporada.

‘A Menina Que Matou os Pais – A Confissão’

Último filme da trilogia que retrata o crime cometido por Suzane Von Richthofen e pelos irmãos Cravinhos, “‘A Menina Que Matou os Pais – A Confissão” estreou no final de 2023, dois anos após “A Menina Que Matou os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”.

Para viver no último filme o personagem Daniel Cravinhos, um dos assassinos do casal Manfred e Marísia Von Richthofen, Leo conta que não se ateve a quaisquer críticas dos dois títulos anteriores.

“Honestamente falando, eu não vi críticas. Não é nem por falta de interesse. Estou sempre presente nas redes sociais e não vi críticas. Acho que todo mundo tem questões de expectativa em relação ao que esperava ver no filme, porque é um caso que é repercutido há muito tempo. Tudo o que surgiu de opinião sobre o terceiro filme era muito mais sobre o que queriam ver na história do julgamento do que sobre a atuação em si”, explica.

“Sou muito grato por esse reconhecimento do trabalho. Desde que esse filme aconteceu, eu estive em outro patamar de atuação. A galera realmente começou a entender que eu poderia ir além dos trabalhos adolescentes que eu tinha feito e começaram a olhar para mim com outro respeito artístico”, avalia.

E finaliza: “Eu estudei muito. As pessoas tinham poucas referências visuais do que era o Daniel Cravinhos. E, a partir do filme, eu tive essa responsabilidade de trazer o que foi relatado nos depoimentos. Então não me liguei em crítica. Eu realmente fui muito confiante no que eu tinha estudado para fazer o primeiro e o segundo filmes, até para unir essas duas histórias e construir o personagem para o terceiro”.

Um artista de Manaus em ascensão

Em seu perfil no Instagram, o ator enfatiza: “Manauara!”.  A identidade do amazonense também é transparecida em posts que valorizam a culinária tradicional do Norte e que mostram pontos turísticos da região. Sobre ser um artista do Amazonas na indústria cultural, Leo avalia:

“Demorei para entender a importância de ser um artista manauara, porque primeiro eu tinha que entender que eu era um artista.”

Ele conta que deixou sua cidade natal procurando aprender sobre produção, sem conhecimento “além do que se projeta nos sonhos de estar na televisão”. Depois que se entendeu como artista, Leo deixou a família para morar no Rio de Janeiro. “É muito forte você ter que escolher entre sua paixão e uma qualidade de vida”, desabafa.

“Acho que esse tipo de escolha [de superar a barreira geográfica] atrapalha o surgimento de muitos outros artistas. E eu entendi a responsabilidade muito depois da representatividade, justamente porque hoje eu sirvo de exemplo para muita gente que nasceu em Manaus e quer seguir o mesmo caminho que o meu, que tem o mesmo sonho de trabalhar com a arte”, acrescenta.

E finaliza: “Muito por isso eu me conecto com as minhas raízes e faço questão, com muito orgulho, de falar que eu sou de Manaus. E de mostrar para essa gente que tem um caminho possível para quem deseja ser ator”.

Viagem ao mundo pela gastronomia

Viagens e visitas a restaurantes fazem parte do cotidiano de Leo, que usa as redes sociais para fazer recomendações turísticas e culinárias. Apesar de ser somente um hobby, o ator não descarta a possibilidade de se profissionalizar na gastronomia no futuro.

“Eu tenho muita vontade de abrir um restaurante, tenho conversas com um amigo meu, inclusive, de a gente montar um restaurante de lanches, começando com poucos tipos de sanduíche. Mas não é para agora, não. Eu tenho muita prioridade ainda na minha carreira de ator, e isso demandaria uma atenção que eu, honestamente, não quero e não posso dar agora”, explica.

Leo ainda conta que, mesmo sem condições financeiras para realizar viagens internacionais, sempre se interessou pela culinária de diversos lugares do mundo.

“Eu estudei em colégios de pessoas que eram muito mais ricas do que eu. Eu não tinha condições de viajar, mas tinha uma condição de vida boa. Nessa coisa da comparação [com os colegas], ao invés de me sentir inferior, eu aprendi a viver experiências de viagem sem necessariamente ir [a outros países], pra ter assunto com esses amigos. Em algum momento, eu conectei essa vontade de viajar com a comida. Era a viagem mais barata que era possível fazer”, relata.