O jornalista esportivo João Batista Belinaso Neto morreu neste domingo, 19, aos 92 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas. O nome pode parecer estranho, mas o profissional com mais de 76 anos de carreira era conhecido por seu pseudônimo: Leo Batista.
Nascido em Cordeirópolis, no interior de São Paulo, Leo Batista começou sua carreira aos 15 anos, quando emprestava sua voz para alto-falantes da cidade, indo para o rádio no começo dos anos 1940. Filho dos imigrantes italianos Antonio Bellinazzo e Maria Rivaben, o jornalista precisou mudar o próprio nome artístico após a sugestão de um jornalista de sua cidade natal.
Ele, então, se inspirou na própria irmã, Leonilde Batista, para criar o pseudônimo “Leo”.
“Ela que tem horror ao nome dela, Leonilda, e que a gente só chama de Nilda. Peguei o “Leo” dela, deixei de lado o João Bellinaso Neto, e virei Leo Batista”, afirmou Leo Batista ao arquivo da Globo.
Leo Batista dedicou mais de sete décadas de sua vida à comunicação, sendo 53 deles à TV Globo, onde se consagrou especialista em esportes. Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Botafogo, o jornalista virou um personagem histórico na TV aberta.
Apesar da especialista, Léo ficou conhecido como “coringa” da emissora carioca. Em 1970, como freelancer, foi chamado para compor a equipe esportiva da Globo, que mandou jornalistas para o México para a cobertura da Copa do Mundo daquele ano.
Logo após o campeonato, o locutor teve de substituir o apresentador Cid Moreira (1927-2024) em uma edição do “Jornal Nacional”. Depois disso, foi contratado em definitivo, chegando a apresentar as edições de sábado do “JN”.
O jornalista, inclusive, se tornou o primeiro apresentador tanto dos telejornais nacionais “Jornal Hoje” (1971) e “Esporte Espetacular” (1973), quanto do regional “Globo Esporte” (1978).
Multifacetado, Léo Batista também participou do “Globo Rural” e encabeçou grandes acontecimentos da História, como ser o primeiro locutor a noticiar a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954, além de ter sido o primeiro narrador do país a fazer uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão.
O jornalista também foi o responsável por trazer à TV aberta o quadro de gols do “Fantástico”, aos domingos, o que mudou a forma de consumir futebol a partir daí.