A perda da função acontece quando a pessoa não consegue mais realizar atividades básicas do cotidiano, como levantar da cama e trocar de roupa sozinha

 

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein

A lentidão da marcha ao caminhar pode ser considerada um indicador de risco de redução da capacidade funcional em pessoas idosas. Considera-se perda da função quando a pessoa idosa não consegue mais realizar atividades básicas do cotidiano, como levantar da cama, tomar banho e trocar de roupa sozinha, levantar de uma cadeira sem se apoiar, lavar uma louça, varrer o chão e até administrar o próprio dinheiro ou usar transporte público.

A observação da velocidade da marcha como fator preditor de perda da capacidade funcional é algo já conhecido pelos especialistas e foi corroborado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (Reino Unido) em um estudo publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. Eles avaliaram as condições físicas e a velocidade da marcha de mais de 3 mil idosos britânicos com mais de 60 anos e constataram que a lentidão da marcha precede em alguns anos a perda funcional – daí a importância de detectar o problema mais cedo para que possam ser feitas intervenções precocemente.

“Hoje em dia falamos muito da velocidade da marcha porque ela é como um ‘tradutor’ da musculatura desse idoso”, afirmou a geriatra Thaís Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein. O pico ósseo e de musculatura acontece por volta dos 30 anos de idade e vai diminuindo gradativamente com o envelhecimento – e é a quantidade de massa muscular que vai interferir na velocidade da marcha das pessoas.

“Quando envelhecemos perdemos naturalmente a nossa massa muscular, mas isso não quer dizer que vamos perder a função. São coisas diferentes. O idoso vai ficar mais lentificado com o passar do tempo, mas ele pode manter suas capacidades funcionais normalmente”, observa a geriatra, que complementa: “Quando o idoso perde completamente essas funções, ele está num estágio avançado da perda e é mais difícil agir para reverter. Por isso é tão importante identificar precocemente”, diz Thaís.

Como diagnosticar?

Segundo Thaís, existem várias técnicas para avaliar a velocidade da marcha e a capacidade funcional dos idosos. Uma delas é pedir que o idoso faça uma caminhada monitorada de 4,6 metros, com algumas marcas no chão, para que seja calculada a velocidade exata que ele caminha. Por meio de um valor de corte, é possível identificar se esse idoso está fora ou não dos padrões esperados para a idade. Outra metodologia de diagnóstico é medir a força das mãos, o nível de atividade física e a perda de peso nos últimos seis meses.

Em caso de necessidade de intervenção, a principal delas é indicar atividade física, sempre acompanhada por um profissional de saúde. “Um idoso que faz atividade física talvez não precise de fisioterapia, mas pode ser que tenha que fazer musculação para melhorar a força”, explica Thaís. “É muito difícil fazer um idoso ganhar massa muscular.  O objetivo da intervenção é que ele não perca a capacidade funcional”, finaliza.

Fonte: Agência Einstein

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