SÃO PAULO, 30 DEZ (ANSA) – Exemplo de fidelidade à camisa e um dos maiores ídolos da história do Parma, o ex-zagueiro Alessandro Lucarelli, lembrado por permanecer no clube emiliano mesmo após a falência, afirmou nesta terça-feira (30) que foi “traído” pelo gialloblù.
Lucarelli defendeu o Parma por quase duas décadas, mas ficou mundialmente conhecido em 2015, quando decidiu permanecer no time mesmo após a falência e o consequente rebaixamento para a quarta divisão do futebol italiano. Na ocasião, ele prometeu recolocar a equipe na Série A, feito que alcançou anos depois.
Após se aposentar com status de lenda e símbolo de amor ao clube, Lucarelli passou a integrar a diretoria do Parma em 2021.
No entanto, foi dispensado de suas funções no meio deste ano, o que gerou um mal-estar entre o ex-jogador e a alta cúpula do gialloblù.
“Fui mandado embora sem uma explicação clara e considero isso uma grave falta de respeito. Depois de 17 anos de amor, acho que minha história com este clube merecia um final completamente diferente. Não apenas pelo meu papel, mas também pelo excelente trabalho que fiz como diretor. É uma ferida aberta que ainda sangra”, afirmou o ex-defensor em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport.
Lucarelli acrescentou que não considera coincidência o fato de grandes ídolos como Paolo Maldini e Francesco Totti não trabalharem mais nos clubes em que fizeram história, que foram Milan e Roma, respectivamente.
“Eu não queria reconhecimento por ter sido capitão, mas sim pelo trabalho que fiz desde que me aposentei. Cheguei a assinar um contrato em branco por 20 mil euros por temporada, e isso não me importava. Quando se tratava do Parma, sempre pensei com o coração, e não com a carteira”, disse o italiano, acrescentando a sensação de ter saído “traído”.
O ídolo gialloblù também lamentou que o futebol tenha se tornado “apenas um negócio” e avaliou que, atualmente, os jogadores “são empresas antes de serem pessoas”.
Com 350 partidas disputadas na tradicional equipe da Emilia-Romagna, Lucarelli é o atleta que mais vezes entrou em campo pelo Parma, que atualmente disputa a Série A e é administrado pelo bilionário americano Kyle Krause. (ANSA).