O preço do leite captado em setembro e pago ao produtor em outubro subiu mais uma vez e bateu novo recorde real da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). Na “média Brasil”, o valor do litro subiu 1,25%, para R$ 2,1586, ou 53,6% mais ante o registrado em igual mês do ano passado, em termos reais, diz o centro de estudos, em relatório.

O Cepea acrescenta também que o leite tem alta real acumulada de 57,4% desde o início do ano (em dados deflacionados pelo IPCA de setembro de 2020).

A disputa dos laticínios pela matéria-prima tem sido o motivo da valorização, já que a produção leiteira seguiu limitada e abaixo das expectativas dos agentes, informa o Cepea. “Ao mesmo tempo, a demanda por lácteos permaneceu elevada.”

Do lado da oferta, o Cepea ressalta que em setembro a produção costuma ser retomada com a volta das chuvas. Neste ano, porém, o menor volume de chuvas e a elevada oscilação das temperaturas prejudicaram a retomada da atividade no Sudeste e Centro-Oeste. “No Sul do País, por sua vez, a produção de leite também não teve uma retomada tão intensa quanto o esperado”, diz. “Também é preciso levar em conta o aumento nos custos de produção, em especial por causa da forte valorização dos grãos, tem dificultado os investimentos no campo”, conclui o relatório.