O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 23, que o leilão de transmissão marcado para o dia 2 de setembro será adiado. Segundo ele, a nova data da licitação ainda não foi marcada, mas deve ser definida nos próximos dias. “A data do leilão não era muito feliz, coincide com o processo de votação no Senado (do impeachment) e tem todo um ambiente político e institucional que poderia contaminar o resultado”, afirmou.

Segundo Rufino, a decisão foi tomada em conjunto pela agência e pelo Ministério de Minas e Energia. O diretor-geral garantiu que há interesse dos investidores no setor e afirmou que alguns pediram mais tempo para analisar cada lote. “Temos recebido muitos investidores interessados e talvez, com uma nova data, possamos ter mais competição e condição de vender todos os lotes. Nosso interesse é viabilizar o máximo de participação”, disse.

Rufino ressaltou que a análise dos investimentos em transmissão envolve também questões fundiárias e ambientais. “Não é uma coisa simples, é uma avaliação que deve ser pormenorizada”, afirmou. Segundo ele, o interesse dos investidores no mercado de transmissão tem crescido recentemente. “Mais agentes interessados certamente reflete uma melhoria no ambiente de negócios.”

Para Rufino, o adiamento do leilão de transmissão é diferente do caso da licitação da distribuidora Celg, cancelada por falta de interessados na semana passada. “São situações bem distintas. O mercado colocou que o preço mínimo era um parâmetro relevante e não estava bem calibrado”, afirmou ele em referência à distribuidora goiana. De acordo com o diretor-geral, as recentes movimentações no setor mostram que o segmento de distribuição também é atrativo para os investidores.

Rufino disse que ainda não foi decidido se a receita teto dos empreendimentos será modificada, nem se alguns lotes serão retirados da licitação. Se a remuneração dos investidores for alterada, o leilão levará mais tempo para ser remarcado. Em relação aos lotes, a agência e o Ministério de Minas e Energia vão avaliar quais são essenciais e devem ser mantidos, em razão da necessidade de escoamento de energia.