As ambições políticas de Leila Pereira continuam restritas ao Palmeiras. Ao menos por enquanto. É o que afirma a mandatária que voltou a colocar em discussão a possibilidade de mudança no estatuto do clube para que possa concorrer a um terceiro mandato de três anos.
“Tem uma corrente no Palmeiras que pensa, e algumas pessoas já me procuraram, em nós alterarmos o estatuto para ficar mais um mandato. Quem sabe. Mas aí outros dizem que não, que não pode, que é golpe. Que golpe é esse? Você alterou o estatuto, democraticamente. Se o associado diz que sim, e eu gostaria de continuar mais um… Só mais um (risos)”, afirmou Leila em entrevista à ESPN.
O estatuto do Palmeiras prevê atualmente a possibilidade de apenas uma reeleição. Em 2018, foi feita uma alteração para ampliar o mandato de dois para três anos. Paulo Nobre, por exemplo, ficou no posto por dois mandatos, totalizando quatro anos, entre 2013 e 2016. Seu sucessor, Mauricio Galiotte, foi o primeiro beneficiado pela mudança e ficou cinco anos no cargo (dois do primeiro mandato e três do segundo, de 2017 a 2021). Já Leila será a primeira a ficar seis anos nesta era recente.
Caso seja aprovada a alteração, a presidente poderia chegar a nove anos no cargo. A próxima eleição está marcada para dezembro de 2027. Com mais três anos, Leila poderia estender sua presença até 2030.
Em julho, o tema veio à tona, mas foi fortemente rejeitado. O Estadão apurou, à época, que a presidente foi aconselhada por pessoas próximas a desistir do pleito, pois prejudicaria a imagem dela e do clube. Para aprovar uma mudança no estatuto, é necessária a aprovação dos conselheiros e, posteriormente, dos sócios do clube social.
O grupo de Leila Pereira tem debatido qual seria o melhor nome para a sua sucessão, mas não há consenso. Alguns defendem o nome do vice, Paulo Buosi, mas Mauricio Galiotte também é citado para voltar ao cargo.
Apenas dois dirigentes ficaram tantos anos como presidentes do Palmeiras. O último foi Mustafá Contursi. O antigo mandatário esteve à frente do clube entre 1993 e 2005, passando por importantes conquistas na chamada “era Parmalat”, até o rebaixamento para a Série B em 2002. Entre 1959 e 1971, Delfino Facchina comandou o Palmeiras. Também passou por eras vitoriosas, como a formação da primeira academia, que conquistou os primeiros títulos nacionais do clube.
Depois de deixar o Palmeiras, Leila quer continuar no futebol, mas não pensa em assumir a CBF. “De jeito nenhum (assumir a CBF). Gosto de clube de futebol. O futebol precisa de pessoas sérias, que não vivam do futebol. Eu não vivo no futebol. Quando eu preciso dar de presente uma camisa do Palmeiras, eu compro uma, não pego nada do clube. Sou uma exceção no mundo do futebol”, disse a mandatária.