Muito bonita, carismática e com um brilho que hipnotizava a câmera, Leila Lopes foi, durante os anos 90, um dos rostos mais populares da televisão brasileira. Atriz de novelas de sucesso como Renascer (1993), Tropicaliente (1994) e O Rei do Gado (1996), ela parecia ter nascido para os holofotes.
Após interpretar Rosa em Malhação (1997), seguiu na Globo fazendo participações e, em 2000, foi para a Record, onde atuou na novela Marcas da Paixão, seu último trabalho fixo na TV aberta. Agora, 25 anos depois desse marco, a Coluna Matheus Baldi revela detalhes de uma trajetória que, infelizmente, foi se apagando diante das câmeras e terminou com um desfecho dramático.
Nascida em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Leila começou a carreira como jornalista e chegou a apresentar telejornais locais. Mas não demorou muito para migrar para a dramaturgia. Sua estreia na TV foi na extinta Manchete, mas foi na Globo que se tornou conhecida do grande público. Em pouco tempo, virou capa de revistas, símbolo de sensualidade e presença frequente nas listas das mulheres mais desejadas do país.
Por trás dos bastidores, no entanto, os sorrisos escondiam batalhas. Amigos mais próximos relatavam inseguranças profundas, crises de autoestima e um medo constante de ser esquecida. E talvez esse tenha sido um dos seus famosos dilemas: o de não se sentir amada quando as câmeras desligavam.
Com o passar dos anos, os convites para atuar começaram a sumir. A indústria da televisão começou a virar os olhos para outras atrizes, outras narrativas, outras belezas, outros talentos. Sem um contrato fixo, Leila precisou encontrar alternativas. Participou de peças de teatro, fez pontas em programas e, em 2008, aos 49 anos, decidiu estrear como atriz em filmes adultos.
Para muitos, era uma forma de reafirmar sua liberdade. Para outros, um grito por visibilidade. Para grande parte da imprensa e do público, infelizmente, foi motivo de ridicularizá-la. Leila passou a ser alvo de piadas em programas de TV, ataques anônimos na internet e ainda ganhou o desprezo silencioso por parte de colegas da televisão. Em um Brasil ainda moralista e pouco preparado para falar sobre saúde mental, a atriz se viu sozinha, enfrentando a depressão longe dos holofotes.
Leila foi vítima do mesmo ciclo que ainda hoje destrói reputações, ridiculariza vulnerabilidades e condena quem ousa viver fora da cartilha.
Em dezembro de 2009, Leila foi encontrada sem vida em sua casa, na zona sul de São Paulo. Segundo o laudo da polícia, ela tirou a própria vida. Ao lado do corpo, bilhetes e cartas que deixavam evidente sua dor. Ela não partiu de repente. Foi aos poucos se calando. E a sociedade, que poderia ter escutado, escolheu ignorar os sinais.
A morte de Leila nos obriga a olhar para uma questão cruel e ainda atual: o da mulher que envelhece em frente às câmeras. Que tenta sobreviver em uma indústria que valoriza juventude e a beleza. E que, ao tentar romper com esses padrões, paga o preço mais alto.
É curioso e doloroso como o mesmo país que aplaude a liberdade em discursos de liberdade feminina é o que se assusta quando essa liberdade se manifesta em decisões concretas e, muitas vezes, como um caminho para pagar as contas.
É também por isso que hoje vejo mais sentido em contar as notícias de famosos com mais escuta e menos julgamento. Confesso que me pergunto quantas Leilas estão por aí. Quantos artistas, influenciadores, celebridades e anônimos estão enfrentando seus próprios abismos enquanto nos distraímos com a espuma da internet? Quais podem ser as celebridades que vão se deparar com esse famoso dilema no futuro?
Leila Lopes partiu em silêncio. Mas a história dela não deveria ser silenciada. Porque nos lembra do quanto é urgente transformar o modo como lidamos com o outro. Talvez esse seja um dos famosos dilemas mais urgentes da nossa era: aprender a enxergar o humano antes do rótulo, antes dos números de seguidores, antes do corpo sarado ou do rosto impecável, muitas vezes plastificado por expectativas e cuidado como se envelhecer fosse proibido.
Por trás da fama, ainda existe gente. Com medos, traumas, falhas, saudades, angústias. Como jornalista que cobre bastidores do entretenimento, posso garantir que, mesmo sob os holofotes, há muitas vidas pedindo ajuda no escuro e que talvez vocês não façam ideia.
E é justamente por isso que precisamos falar sobre casos como o de Leila Lopes. Para lembrar que fama não é blindagem. Que aplauso não é afeto. Talvez o verdadeiro sucesso não seja a fama que se mede em likes e views, mas a paz que não depende da aprovação de ninguém.
Eliana volta em clima de Black Friday
Eliana já tem data para voltar à TV aberta: 27 de novembro. A Globo confirmou o especial Vem Que Tem para a semana da Black Friday e, pelo segundo ano consecutivo, será apresentado por Eliana logo após a novela Três Graças, segundo a Folha de S. Paulo. A atração também traz de volta o humorista Paulo Vieira, com um formato repaginado que reúne times de famosos adivinhando preços e cupons de desconto distribuídos ao público.
E tem mais…
A Globo vai reviver a magia da infância em um momento especial da próxima edição do Criança Esperança: o trio de loiras Xuxa, Angélica e Eliana voltará a subir ao palco em uma apresentação que celebra os 40 anos da campanha solidária. Quem viu a edição de 2023 lembra que a união rendeu um dos momentos mais comentados nas redes sociais, com hits como “Vou de Táxi”, “Ilariê” e “Os Dedinhos”.
Agora, em 2025, vem aí mais uma grande surpresa pra mexer com a memória afetiva de quem cresceu com as loiras! E quem revelou a novidade foi ninguém menos que Ana Maria Braga, durante o Mais Você.
Globo decide ter sua CazéTV
O Grupo Globo aprovou o lançamento da GE TV, um canal esportivo no YouTube com foco no público jovem, linguagem informal e transmissões ao vivo, inspirado no modelo de sucesso da CazéTV, que uniu carisma de creator com direitos esportivos.
A estratégia combina infraestrutura digital já consolidada com novos formatos de conteúdo, visando manter relevância no ambiente online e explorar novas fontes de receita esportiva. Interessante!
Novo reality
Está marcado para 15 de dezembro a estreia de Poderosas do Cerrado, reality que promete mostrar o dia a dia de mulheres milionárias do universo sertanejo. O programa vai ao ar no GNT e no Globoplay, com nomes como Roseli Tavares, Andréa Mota, Cristal Lobo, Tana Lobo e Thaily Semensato no elenco.
A proposta é revelar os bastidores de uma vida de influência, negócios e protagonismo feminino no coração do Brasil. Seria uma versão agro do extinto Mulheres Ricas da Band? A sacada é boa. Tomara que seja bem-produzido.
Entre maratonas e maternidade: os 20 anos de Babi Beluco no mundo fitness
A influenciadora Babi Beluco está celebrando 20 anos de uma trajetória marcada por autenticidade e movimento. Grávida de Tom, seu primeiro filho com o empresário Marco Motta, ela vive uma fase especial unindo moda, bem-estar e maternidade com leveza.
Aos 38 anos, é referência nacional em sport fashion e já estampou campanhas de marcas como Adidas, Vitafor e Tag Heuer. Com a gestação avançada, participou da Maratona do Rio em junho e da Live! Run XP em julho, antes de se despedir temporariamente das pistas.
Na contagem regressiva para o parto normal, segue ativa com treinos adaptados e foco no equilíbrio. Sem pressa, mas também sem pausas. A chegada de Tom não marca um ponto final, mas um novo capítulo para quem sempre usou o corpo como forma de expressão.
Até segunda!