Presidente do Palmeiras, Leila Pereira fez comentários a respeito do golpe que Gustavo Scarpa e Mayke sofreram ao investir em criptomoedas por indicação de Willian Bigode. Proprietária da Crefisa, empresa de crédito pessoal que patrocina o clube alviverde, a empresária lamentou não ter sido consultada antes de os dois atletas investirem nos ativos digitais e levarem um calote total de R$ 10 milhões.

“É uma coisa absurda. Eu sou uma presidente extremamente disponível, estou diariamente na Academia de Futebol com os atletas, almoço com eles. Eles têm toda a liberdade de conversar comigo. Eu não soube disso, soube pela imprensa”, contou Leila em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo.

Caso tivesse sido consultada, ela aconselharia Scarpa e Mayke a não ir adiante com o investimento em criptomoeda. “Não poderia sentar comigo e ‘Leila, tia, o que você acha disso?’. Eu não estou lá para ficar dando sugestões de investimentos para atleta, isso eu não faria. Mas faria: ‘Scarpa, por favor, não faça isso’. Ou qualquer um dos atletas, não faça isso”, afirmou.

Recentemente, a defesa de Mayke e de Scarpa conseguiu obter o bloqueio de R$ 1.720.897,99 de Willian Bigode. O advogado juntou aos autos do processo demandado pelo atleta do Nottingham Forest “prints” de conversas entre seu cliente e o atacante do Athletico-PR, entre 2021 e 2022. As conversas mostram como surgiu o interesse do meia em fazer aplicações em criptomoedas junto à XLand e a decepção do atleta com o amigo após as frustradas tentativas de recuperar os valores investidos.

Scarpa deixou o Palmeiras no fim do ano passado e hoje defende o Nottingham Forest, da Inglaterra. Embora tenha realizado o sonho de jogar na Europa, ele tem sido pouco utilizado no time inglês. As portas do time alviverde, disse Leila, estão abertas para o seu retorno.

“Falei com o Scarpa antes dele ir para lá e falei para ele não ir. Eu fiz de tudo para ele ficar, mas ele não quis, era um sonho e a gente entende. Ele foi muito correto no Palmeiras, é um menino de ouro. Já falei para ele que o Palmeiras está de portas abertas”, declarou.

ENTENDA O CASO

O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31. Willian também diz ter sofrido um prejuízo de R$ 17,5 milhões.

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões sobre culpabilidade dos réus.