Sem futuro nem esperança
A horrenda guerra travada entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza foi pródiga de imagens terríveis. Mulheres e crianças trucidadas, doentes mortos em ataques a bomba em hospitais, trabalhadores humanitários assassinados quando tentavam salvar vítimas. Os retratos da carnificina foram muitos e chocantes. É nesse ponto que o registro tirado de um vídeo que ilustra a capa desta edição de IstoÉ A Semana chama a atenção. No fotograma, um grupo de militantes do Hamas mantém oito homens ajoelhados sob mira das armas. É o instante que precede a execução sumária dos cativos, acusados de terem colaborado com o exército de Israel durante a ocupação. Pessoas camufladas na sombra nos cantos da praça acompanham a cena e, no primeiro plano, se vê um celular que filma tudo — pouco depois o vídeo estaria nas redes sociais.
Gaza, arrasada pela guerra, se tornou terra de ninguém. E, pelo que tem sido visto nos últimos dias, promete se tornar território cujas ruínas serão assombradas por milícias assassinas à caça de rivais. Do outro lado, clãs alimentados por ódios tribais procurarão de toda forma desestabilizar o enfraquecido Hamas como força dominante no enclave. O prognóstico é sombrio e a esperança, quase inexistente.
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