Você sabia que é possível ler 52 livros em um ano sem que isso seja um sofrimento ou pareça uma obrigação? Em um ano há 52 semanas e já estamos na vigésima segunda, ou seja, você ainda pode ler trinta livros até o final de 2021. Se o número o assustou, calma: há diversas manobras que você pode utilizar para atingir essa meta. Ou, se quiser começar modestamente, leia apenas doze, um por cada mês do ano. No entanto, com as dicas a seguir, doze livros podem parecer pouco.

Mas afinal, por que ler? Ao assistir a uma série, por exemplo, você não usa a sua criatividade, o enredo e o cenário já estão prontos, bem como a fisionomia dos personagens. Está tudo lá e você participa da história passivamente. Já a leitura o força a imaginar tudo isso. Ler é alucinar por algumas horas ou minutos. É forçar o seu cérebro a criar e há quem diga que o futuro pertence aos criativos. Em uma sociedade onde tudo será mecanizado, quem souber fazer diferente, sair da caixa, será o profissional do futuro. Conseguir essa proeza será através da leitura, da caminhada, da observação da realidade. Você está preparado para ser uma pessoa criativa?

O segredo do sucesso para ler trinta livros ainda em 2021 é mais do que fácil: basta misturar livros de poemas, contos, romances, biografias e audiolivros. Se você ainda não tem o hábito da leitura, pode começar até com uma revista, por exemplo. Ou ainda apostar nos livros curtos de grandes escritores. “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski, tem cerca de 70 páginas, dependendo da edição. O livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa, é finíssimo. “O pequeno manual antirracista”, de Djamila Ribeiro, tem 77 páginas e foi o livro mais vendido de 2020, segundo a Amazon.

Isso sem falar nos livros de contos, como os de Machado de Assis e do cronista Rubem Braga. O russo Anton Tchékhov é considerado o maior entre os contistas, vale dar uma chance ao autor de “A Dama do Cachorrinho”. Os audiolivros, muitos gratuitos no YouTube, podem mudar a sua vida. Áudios que você pode ouvir no carro ou enquanto toma banho. Mas cuidado, é preciso prestar atenção no que se está ouvindo. Você está exercitando a sua mente e construir um universo não é nada fácil. Lembra do filme “A origem” com Leonardo DiCaprio e Marion Cottilard? É quase isso.

Começando com livros leves, você pode migrar para biografias, nada de grandes obras falando de Napoleão ou Adolf Hitler. Pegue leve. Veja a vida de pessoas mais terrenas e um tanto menos polêmicas, como “Aprendizados”, da modelo e ativista social Gisele Bündchen. Não tenha preconceitos. Leia autoajuda, mangá, HQ e literatura de cordel. Depois dê uma chance aos “pequenos” clássicos como “A revolução dos bichos”, de George Orwell, com cerca de 130 páginas. “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway. Perceba o que está nas entrelinhas desses dois livros. Um fala de comunismo e o outro da luta interna de um homem. “O Alienista”, de Machado de Assis, é uma ideal para quem gosta de psicanálise. Deixe para trás os medos escolares do ensino médio. A literatura brasileira é bem vista no mundo inteiro. Digite “Clarice Lispector” no Google e se delicie com o que encontrar.

Na semana em que você estiver indisposto até mesmo para um livro de cem páginas, leia poesia: não é coisa do passado e você descobre muito sobre si ao ler sobre os sentimentos dos outros. E o País brilha quando assunto é poesia, principalmente a moderna. Carlos Drummond de Andrade é capaz de levar qualquer um às lágrimas com o seu poema “A morte do leiteiro”. Então pegue o seu bloco de notas do celular ou um mero pedaço de papel e coloque metas de leitura: doze livros ou 30? E, caso você odeie a experiência, pode voltar às novelas, aos reality shows e canais de Streaming. Não há nada de errado nisso. Ler não é obrigatório, mas faz toda a diferença.