Erin Schaff

A Suprema Corte dos EUA deverá tomar uma de suas mais conservadoras decisões até o final do mês que vem: a anulação da sentença dada por ela própria, em 1973, que tornou o aborto constitucional em todo o território norte-americano. Em um caso raro na história do tribunal, vazou o rascunho de um voto, e tal rascunho aborda esse tema. Trata-se do posicionamento do juiz conservador Samuel Alito, obtido pelo site Politico. No esboço do voto, que já circula entre os demais oito integrantes da mais alta esfera judicial dos EUA, o magistrado escreveu: “acredito que a lei do aborto deva ser anulada. A nossa Constituição não proíbe que cada Estado o regulamente, autorizando ou proibindo”. Segundo o portal, acompanharão o seu parecer os juízes Clarence Thomas, Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barret — até a quarta-feira 4, seguia incógnita a posição do presidente do tribunal, John Roberts, que limitou-se a dizer que rascunho não significa voto dado – pura obviedade. O que está em pauta é um recurso contrário à decisão do Estado do Mississipi de permitir que a mulher aborte somente até a 15ª semana de gestação — legislação mais branda que a do Texas, que dá aval à interrupção da gravidez até a 6ª semana. Advém de dois fatores a tendência de que ocorra a anulação da sentença de meio século atrás. O primeiro: a Corte é formada por seis juízes conservadores e três liberais. O segundo ponto: a Justiça norte-americana nunca pacificou a questão, até porque ela é fruto de uma mentira. No início dos anos 1970, duas advogadas foram ao tribunal requerendo autorização para que Norma McCorvey pudesse abortar, alegando que ela fora vítima de estupro coletivo (famoso caso Roe versus Wade). A ordem foi concedida, mas a verdade, admitida depois pela defesa, é que a gravidez era fruto de relação sexual consentida. Isso, até hoje, é um espinho na garganta da Suprema Corte.

Protesto parlamentar

A Suprema Corte está prestes a infligir o maior desrespeito aos direitos individuais dos últimos cinquenta anos, não só em relação às mulheres, mas no tocante a todos os americanos” Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, em declaração conjunta com o líder do Senado, Chuck Schumer

A fala irreal de Biden

O presidente Joe Biden apelou para que a população vote em candidatos democratas nas eleições legislativas. Eles, segundo Biden, reverteriam uma eventual obstrução ao aborto. Fala irreal: nos EUA o sistema de “Checks and Balances”
é respeitado entre os Poderes. Fato ao qual nós não estamos acostumados no Brasil.

Deserto total

Divulgação

Essa é a imagem real, divulgada na semana passada, da aldeia ianomâmi de Aracaçá, em Roraima: completamente erma. Nela viviam vinte e quatro indígenas que misteriosamente desapareceram após terem denunciado garimpeiros ilegais que recentemente estupraram até a morte uma menina ianomâmi de 12 anos de idade. Também assassinaram uma criança de três anos, lançando-a em um rio. Policiais Federais e membros do Ministério Público estiveram na região para seguir com as investigações, mas encontraram-na desabitada.

ACADEMIA
Jornalista e educadora

NOTÍCIA BOA Rachel Sheherazade: um novo projeto de vida para o fortalecimento da democracia no Brasil (Crédito:Divulgação)

A jornalista Rachel Sheherazade, colunista da revista ISTOÉ, tornou-se a nova mantenedora da Faculdade Pentágono (FAPEN), localizada na cidade Santo André, na Região do Grande ABC, em São Paulo. Para Carlos Rivera, diretor acadêmico da FAPEN, a chegada de Sheherazade reforçará a equipe da faculdade: “Por sua capacidade de articulação, ela irá fortalecer nossa crença de que a educação é o elemento transformador das pessoas e da sociedade”. Sua imagem estampará todo o material publicitário da instituição. “Quero conversar com os estudantes e convidá-los a fazer parte desse projeto que, agora, se tornou também o meu projeto de vida”, afirmou Sheherazade.

AVIAÇÃO
O voo mais longo em todo o mundo

Divulgação

A companhia aérea Qantas, da Austrália, anunciou oficialmente que operará o voo comercial com o mais longo percurso em todo o mundo: a rota será Sydney-Londres, cobrindo nada menos que 17.750 quilômetros. Não haverá escalas e o tempo de transporte está estimado em vinte horas. A linha entrará em funcionamento até 2025. Por enquanto, o voo com maior duração é de Nova York a Singapura: dezoito horas. E o de maior trajeto é o que sai de Nova York rumo a Hong Kong: 16.668 quilômetros.