O Parlamento israelense (Knesset) autorizou nesta quarta-feira (24) o Ministério da Saúde a revelar a outras autoridades do país as identidades das pessoas não vacinadas contra a covid-19, o que levanta preocupações sobre a privacidade dos cidadãos que se recusam a se inocular.

A lei, aprovada por 30 votos a favor e 13 contra, dá às autoridades locais, ao diretor-geral do Ministério da Educação e a alguns membros do Ministério dos Assuntos Sociais o poder de obter nomes, endereços e números de telefone de pessoas não vacinadas.

O objetivo do texto, válido por três meses ou até que seja decretado o fim da pandemia, é “ajudar essas organizações a incentivar a vacinação de pessoas, comunicando-se pessoalmente com elas”, segundo nota de imprensa do Parlamento.

Israel já administrou duas doses da vacina Pfizer/BioNTech a três milhões de pessoas, cerca de um terço da população (estimada em cerca de 9 milhões de pessoas).

O governo autorizou a reabertura de shoppings e lojas a partir de domingo, no marco de seu terceiro desconfinamento desde o início da pandemia da covid-19.

Embora alguns locais sejam abertos a todos, outros só são acessíveis a quem usa o “crachá verde”, o que significa que já recebeu duas doses da vacina ou foi curado da doença, o que parte da população considera uma forma de discriminação.

No debate parlamentar na quarta-feira, o líder trabalhista Merav Michaeli acusou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de “negar aos cidadãos (…) a confidencialidade de suas informações médicas”.

Enquanto isso, o deputado Haim Katz, do partido de direita Likud de Netanyahu, disse que a lei é uma forma de encorajar a vacinação. O primeiro-ministro pediu aos cidadãos israelenses que se vacinassem “para poder voltar à vida normal”.

A meta é vacinar 6,2 milhões de pessoas até abril.

Oficialmente, pouco mais de 760.000 infecções foram encontradas no país, entre as quais pouco mais de 5.600 mortes.