O piloto monegasco Charles Leclerc (Ferrari) conseguiu nesta quinta-feira o melhor tempo do segundo dia de testes de pré-temporada da Fórmula 1 no circuito de Montmeló, à frente de Pierre Gasly (AlphaTauri), enquanto o britânico Lewis Hamilton terminou em uma inusitada última posição.
Os torcedores da Ferrari sonha em voltar ao topo desde 2008, uma eternidade para a escuderia italiana, a mais bem sucedida da história da F1.
Apesar disso a equipe está ciente de que está no início de uma temporada incerta devido a profundas mudanças regulatórias, com carros completamente novos, revisados de cima para baixo. Mas, na pré-temporada na Catalunha, está mirando longe.
Segundo e terceiro mais rápido na quarta-feira com Leclerc e o espanhol Carlos Sainz, o monegasco tomou a dianteira desta vez com um tempo de 1m19,689s.
“Ainda somos os ‘outsiders’, não os favoritos”, afirmou Mattia Binotto, chefe da Ferrari. “Mas sendo Ferrari, era importante para nós focar e priorizar 2022”, continuou ele.
Em 2021, a equipe terminou em terceiro na classificação do Mundial de Contrutores, um ano depois de terminar em sexto.
Mas a tradicional escuderia dedicou seu tempo a se preparar para a temporada que se aproxima.
Desejado a partir de 2021, a F1 adiou em um ano, para 2022, um novo regulamento técnico para permitir que os carros se sigam e se ultrapassem com mais facilidade, o que promete mais espetáculo.
“Queremos muito mais competição, mas menos domínio de equipes com grandes recursos”, explicou recentemente o diretor esportivo da F1, Ross Brawn.
Para a Ferrari, “sempre dissemos que era uma oportunidade”, lembra Binotto.
Perguntado se o futuro voltará a ser brilhante para a equipe italiana, o chefe da escuderia disse que é muito cedo. “Só nos próximos meses, não nos próximos dias, nos dirão. Serão necessárias pelo menos quatro ou cinco corridas para ver o potencial dos carros, ainda há muitas coisas para adaptar, consertar”, explicou Binotto.
O britânico Lando Norris continua a ter o melhor tempo, alcançado na quarta-feira em 1:19.568 ao entrar no carro de outra equipe que quer voltar ao topo: a McLaren.
O atual campeão Max Verstappen (Red Bull) não correu nesta quinta-feira. Seu companheiro de equipe, o mexicano Sergio Pérez foi a única bandeira vermelha do dia, interrompendo a sessão devido a um problema na caixa de câmbio.
Em nível técnico, os carros mais pesados novamente se beneficiam do efeito solo. Esse efeito de sucção, proibido na década de 1980, ‘cola’ os carros no asfalto.
A F1 visa permitir que o fluxo de ar que escapa do carro à frente perturbe menos o carro que vem atrás.
Desde quarta-feira, as equipes vêm lidando com esse efeito, mas não sem dificuldade: vemos os carros na pista “saltando”, subindo e descendo levemente.
“Acho que a maioria de nós pelo menos subestimou esse problema”, esclareceu Binotto.
“Quando você ajusta esses carros com o fundo plano (efeito solo), a situação é diferente. Mas isso é normal, é um processo de aprendizado”, acrescentou.
Para o italiano, “resolver o problema será bastante simples”, mas manter o máximo desempenho reparando-o será “um exercício mais complicado”.
À espera do dia 20 de março e a primeira corrida no Bahrein, Hamilton foi apenas o último, tendo terminado sua sessão matinal após 40 voltas devido a um “problema no sensor”, explicou a Mercedes.
Seu novo companheiro de equipe e compatriota George Russell “teve uma sessão mais produtiva à tarde e fizemos algumas análises úteis de configuração”, acrescentou a escuderia.
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