Leão XIV expressa tristeza por ataque contra igreja na Síria

VATICANO, 24 JUN (ANSA) – O papa Leão XIV disse nesta terça-feira (24) estar “profundamente entristecido” pela “perda de vidas e destruição causada pelo ataque à Igreja Ortodoxa Grega de Mar Elias, em Damasco, capital da Síria, que deixou dezenas de mortos e feridos no último fim de semana. Em telegrama de condolências assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, Robert Prevost expressou “sincera solidariedade a todos os afetados por esta tragédia”.   

“O Papa reza também por aqueles que choram sua perda, pela cura dos feridos e invoca os dons de consolação, cura e paz do Todo-Poderoso sobre a nação”, acrescenta.   

No último domingo (22), um homem-bomba entrou em uma igreja greco-ortodoxa, em Dweil’a, nos arredores de Damasco, durante a Divina Liturgia, disparou contra os fiéis e depois detonou um colete explosivo, deixando ao menos 30 mortos e 60 feridos.   

Segundo o Observatório Nacional de Direitos Humanos na Síria, organização de monitoramento da guerra com sede no Reino Unido, 27 corpos já foram identificados, enquanto os restos mortais de três pessoas permanecem sem nome.   

Na ocasião, as autoridades locais atribuíram o ataque aos jihadistas do Estado Islâmico, mas hoje um grupo da Al-Qaeda, não ligado ao EI e formado por ex-membros da coalizão militar atualmente no governo do país, assumiu a responsabilidade pela ofensiva.   

A alegação apareceu nas redes sociais do grupo Ansar as-Sunna (Os Seguidores do Sunismo), um grupo que atua há anos como um desdobramento da Hayat Tahrir ash Sham (HTS), a coalizão que assumiu o poder na Síria em 8 de dezembro e foi liderada por um longo período pelo presidente Ahmed al-Sharaa, também conhecido por al-Jolani.   

Na denúncia, os militantes justificam o ataque contra a comunidade cristã como uma resposta à “provocação” dos últimos meses por parte de alguns membros da mesma comunidade da Igreja Ortodoxa, que organizaram atividades de proselitismo no bairro misto.   

O texto também questiona o governo de Sharaa, acusado de ter publicado declarações “falsas” sobre a responsabilidade pelo ataque, rapidamente atribuída ao Estado Islâmico.   

Antes da mudança de regime na Síria, membros do Ansar as Sunna atuavam clandestinamente em campo, como contatos nos subúrbios de Damasco para a coalizão HTS, liderada por al-Jolani. Após a chegada de Sharaa ao poder, o Ansar as Sunna se distanciou do novo governo. (ANSA).