Na noite do último sábado, 14, Leandra Leal recebeu a Calunga Dourada no Festival de Cinema de Pernambuco (Cinepe), no Recife, um dia após seu amigo e compadre Júlio Andrade também ser homenageado com a mesma honraria – ambos por suas contribuições para o audiovisual brasileiro.
A atriz chegou sem a família, pois o marido, o diretor Guilherme Burgos, ficou com o filho do casa, Damião, de 10 meses, em casa. A artista também é mãe de Julia, de 10 anos.
Ao ser questionada pela IstoÉ Gente, a atriz comentou sobre ser a primeira vez que passa a noite fora sem a presença do caçula. “Ah, é muito doido […] Ter filho é muito louco, é muito louco isso. É importante também. Ele vai fazer quase 11 meses, está com o pai, com as avós, com a irmã, mas você fica: ‘Ai, meu Deus! Como vai ser isso?’ Mas é importante”, refletiu.
+ Homenageado em festival, Júlio Andrade celebra conquista com esposa e faz pedido
No discurso, após receber a honraria no palco, Leandra voltou a falar a respeito de sua ausência dos estúdios de filmagem para se dedicar à maternidade, mas adiantou que já tem data certa para retomar os trabalhos.
“Eu estou em um momento muito feliz da minha vida, assim. Acabei de ter o meu segundo filho, acho que não usei o verbo certo, porque não faz tão pouco tempo assim, mas pra mim foi ontem, e é a primeira vez que eu saio de casa, assim, fico uma noite fora. E tem uma coincidência muito linda também, porque segunda-feira eu volto para um set”, comemorou.

Leandra Leal discursa no Cinepe – Felipe Souto Maior/Divulgação
Leandra Leal aproveitou a ocasião para fazer uma provocação relacionada às políticas públicas do Brasil. Engajada em projetos que visam elevar a qualidade do cinema nacional, a roteirista celebrou o atual momento da dramaturgia, os prêmios recebidos recentemente (Globo de Ouro, Oscar e Cannes), porém deixou claro que há um longo caminho a percorrer.
“A gente está vivendo um excelente momento internacionalmente, de bilheterias boas também, e o Brasil tem um potencial de narrativas gigantesco, nem sempre pelas razões mais felizes, porque o nosso país tem muitos conflitos e desigualdades, tem muitas histórias que devem ser contadas, e o cinema tem essa função”, introduziu.
“Mas, apesar de estarmos vivendo tudo isso, a gente precisa muito de políticas públicas que garantam a continuidade dessa produção. A gente precisa regulamentar o VOD [vídeo sob demanda – sistema que permite aos usuários escolherem e assistirem vídeos, filmes e séries, quando e onde quiserem, ao invés de dependerem da programação tradicional de TV], a gente precisa garantir o escoamento da nossa produção”, destacou.
“Então, a gente está vivendo um momento de muita força dos realizadores, mas se não tiver o apoio de uma política pública consistente, isso não vai durar”, encerrou.

Leandra Leal e Júlio Andrade homenageados no Cinepe 2025 – Felipe Souto Maior/Divulgação