Lavrov acusa EUA de ‘ignorar’ solicitações russas de segurança

ROMA, 12 FEV (ANSA) – O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, acusou os Estados Unidos e a União Europeia de “ignorarem” os pedidos do país sobre questões de segurança durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, neste sábado (12).   

Em nota, o Ministério ainda afirma que as afirmações de Washington de que Moscou quer invadir a Ucrânia são “apenas provocações” e uma maneira de fazer uma “propaganda” contra os russos.   

A fala do russo refere-se a um documento formal enviado pelo Kremlin ainda em dezembro do ano passado. Chamado de “tratado de paz”, o texto tem nove pontos e, entre eles, exigência para que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não aceite a Ucrânia como Estado-membro, além de pedidos para que militares e armas nucleares não sejam enviadas para países que fazem fronteira com a Rússia.   

Os norte-americanos até concordaram em debater a questão do deslocamento militar, mas se negam a mudar a política de “portas abertas” da Otan. Para os russos, a adesão das ex-repúblicas soviéticas ao organismo coloca em risco a sua segurança territorial.   

Por outro lado, Blinken afirmou a Lavrov que “a estrada diplomática para resolver a crise continua aberta, mas que é preciso uma desaceleração por parte de Moscou e um compromisso para debater com boa fé”.   

“O secretário Antony Blinken conversou com o ministro russo Sergei Lavrov para discutir os temores compartilhados de que a Rússia possa considerar o lançamento de uma agressão militar contra a Ucrânia nos próximos dias”, acrescenta ainda o porta-voz do Departamento, Ned Price.   

Pelo Twitter, o secretário de Estado se manifestou sobre a conversa por telefone e afirmou que pediu uma “resolução diplomática para o aumento militar não provocado da Rússia próximo à Ucrânia” e ressaltou que “novas agressões russas seriam recebidas com uma resposta transatlântica resoluta, maciça e unida”.   

Ainda neste sábado, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, também conversam por telefone para tentar atenuar a crise. (ANSA).