Lavanderia Dois Irmãos

Coluna: Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.

Lavanderia Dois Irmãos

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<span style="color: #bf1529"><strong>A FAMÍLIA IMPERIAL</strong></span> Da esquerda para a direita: Carlos, Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro Foto: Divulgação

Carlos Bolsonaro, aquele primor de cultura e civilidade, em resposta às críticas de Sergio Moro e general Santos Cruz, dois ex-ministros do governo de seu pai, a respeito das últimas declarações tresloucadas do amigão do Queiroz, publicou em uma rede social: “Eu limpo a bunda com as gravatas dos dois”.

Segundo o Ministério Público fluminense, um irmão de Carlos, o senador Flávio Bolsonaro, comandou um esquema de rachadinha em seu gabinete quando deputado estadual no Rio de Janeiro. Ainda segundo o MP, Flávio utilizava sua loja de chocolates para dar origem ao dinheiro indevido que recebia dos funcionários da Assembleia.

Vulgarmente conhecido como “lavagem de dinheiro”, o crime de branqueamento de capitais, em tese, sempre segundo a acusação, foi utilizado pelo filho do presidente da República para legalizar seu patrimônio. Nas palavras de Carlos, poderia ser dito dessa forma: “Meu irmão limpou a grana com panetones”.

Em se confirmando a denúncia do MP, os irmãos Bolsonaro poderiam abrir um negócio juntos: uma lavanderia! Um limparia a buzanfa e o outro, as rachadinhas. E ainda poderiam chamar o outro bolsokid, o Bananinha, e abrir uma lanchonete ao lado, já que Dudu é especialista em fritar hambúrguer.

Quando o papis terminar o mandato, se Deus quiser em 31 de dezembro de 2022, poderá se juntar aos pimpolhos e abrir uma farmácia, ou melhor, uma curanderia popular. Receitaria cloroquina e vermífugo a todos. Só não poderia atender às emas, pois estas não lhe dão a menor confiança. São mais sábias que os minions.

Duro será convencer o clã a largar as tetas públicas e “pegar no pesado”. Setor privado não é lugar para quem está acostumado com as mamatas do Estado, há décadas ou desde que nasceu. Inclusive, nem sequer funcionários fantasmas poderiam contratar, ou mesmo lhes tomar parte dos salários. Vida dura, não?