A morte de uma mulher após abordagem da Polícia Militar em Ribeirão Preto, no interior paulista, pode ter sido causada por espancamento. É o que aponta laudo do Instituto Médico Legal (IML), que constatou traumatismo crânio-encefálico e isquemia cerebral.

Luana Barbosa dos Reis, de 34 anos, era homossexual e teria se negado a ser revistada por soldados masculinos. A família disse que ela foi violentamente espancada pelos policiais, enquanto eles alegam que tenham sido agredidos e desacatados. O caso é apurado internamente pela PM e investigado também pela Polícia Civil.

Um exame feito ainda quando ela esteve internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas também indicou agressão. Divulgado nesta segunda-feira, 2, nele consta que ela sofreu “politraumatismo causado por agente contundente”. A polícia informou que os laudos serão anexados ao inquérito. Os envolvidos, porém, seguem em atividade.

Histórico

Luana morreu no dia 15 de abril após ficar uma semana internada. Ela teria ido levar o filho de 14 anos à escola quando aconteceu a abordagem. O adolescente teria descido da moto e corrido o que, segundo os policiais, teria levantado suspeitas.

Familiares disseram que ela tinha marcas de violência pelo corpo e que nunca praticou artes marciais, alegação dos PMs para o uso de força física. Entidades acompanham o caso, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através de comissões como a do Negro e a de Direitos Humanos.

Em seu relatório, a advogada Renata Oliveira, da Comissão do Negro, disse querer acreditar “que policiais treinados possuem técnica suficiente para imobilizar uma mulher desarmada sem precisar recorrer a espancamentos desse nível”.