O laudo necroscópico do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Civil de São Paulo apontou nesta segunda-feira, 16, que o empresário Adalberto Júnior, encontrado morto no buraco de uma obra realizada no Autódromo de Interlagos, morreu por asfixia. Um exame toxicológico determinou ausência de álcool ou drogas no corpo e os vestígios de sangue no carro da vítima ainda estão sob análise. As informações são do programa “SBT Brasil”.
O amigo do empresário, Rafael Aliste, que estava com Adalberto no evento, afirmou em depoimento que os dois consumiram maconha e cerveja. O intervalo de quatro dias até a localização do corpo pode ter levado a um resultado negativo do exame toxicológico, já que o corpo possivelmente metabolizou as substâncias.
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Antes de desaparecer, o empresário tinha participado de um evento de motos no autódromo em 30 de maio. Era uma festa com consumo de bebidas alcoólicas. Conforme os depoimentos de testemunhas, Adalberto teria se despedido de amigos e dito que iria até o estacionamento pegar seu carro. Ele teria desaparecido no trajeto, pois o carro foi encontrado no mesmo lugar.
O corpo de Adalberto foi encontrado em pé e sem as calças e os sapatos que ele vestia em um buraco com três metros de profundidade e 45 centímetros de largura. A polícia tem certeza de que o empresário não caiu sozinho no local.
Como foram os últimos momentos do empresário?
O que a investigação já apurou é que Adalberto chegou ao Autódromo de Interlagos por volta das 14h30, deixou o carro no estacionamento e acompanhou as corridas (test rides) de motos até as 17h. Por volta das 19h40, ele assistiu a um show, interagiu com amigos e desconhecidos e, em torno das 21h15, se despediu dizendo que iria para casa, pois jantaria com a esposa.
De acordo com a investigação, ao se dirigir até o estacionamento onde estava seu carro, Adalberto teria cortado caminho por uma área restrita. A hipótese é de que ele teria sido abordado por seguranças por conta da invasão e surgido um desentendimento.
De quem é o sangue encontrado no carro do empresário?
Como foram achadas marcas de sangue no carro, há possibilidade de que ele tenha lutado com um ou mais agressores ao entrar no carro. Não havia câmeras de segurança no local. A perícia deve indicar se é sangue humano e há quanto tempo está no veículo — as marcas também podem ser antigas.
Qual a causa da morte e o motivo do crime?
A família diz que Adalberto não tinha inimigos. Como seus pertences de maior valor — o carro, o celular e a carteira — não foram levados, foi afastada, inicialmente, a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
O corpo da vítima, encontrado três dias depois, não tinha marcas evidentes de violência. Os primeiros exames apontaram uma compressão torácica, o que pode ter sido causado pelo aperto do tórax da vítima contra as paredes do buraco.
Quais são as suspeitas?
Além da esposa de Adalberto, com quem ele fez contato por mensagem antes de desaparecer dizendo que iria para casa, a investigação já ouviu depoimentos de amigos que estavam na festa, coordenadores do evento e ao menos cinco seguranças. Um amigo, Rafael Aliste, que teria dito que o empresário consumiu cerveja e maconha, foi ouvido duas vezes – o segundo depoimento, no último dia 12, durou cerca de 5 horas.
O corpo foi encontrado na manhã do dia 3 por um trabalhador do cartório. Ele viu o capacete de Adalberto no interior do buraco e, ao examinar, visualizou o corpo de acionou a polícia. Os bombeiros usaram técnicas de rapel e escalada para içar o corpo para fora da fenda.
Dono de óticas na Grande São Paulo, Adalberto tinha o hobby de viajar de moto e também exibia fotos pilotando kart, modalidade pela qual dizia ter sido campeão paulista três vezes.
*Com informações do Estadão