A Polícia Federal (PF) apresentou na manhã desta quinta-feira, 4, o laudo sobre a investigação do incêndio no Museu Nacional, ocorrido em setembro do ano passado e que consumiu a maior parte do acervo de 12 mil peças da instituição localizada na Quinta da Boa Vista, no Rio. Como antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, a causa mais provável para o início do fogo foi um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado instalado no auditório no térreo da edificação. A conclusão dos peritos servirá para embasar inquérito da PF para apontar possíveis responsáveis, que poderão responder criminalmente.

Nos dias que se seguiram ao incêndio, uma equipe formada por sete peritos – três especializados em incêndio, dois em local de crime e dois em audiovisual e fotogrametria – atuaram diretamente no museu para colher evidências, além de outros que trabalharam posteriormente para análise do material.

Foi descartado incêndio criminoso ou mesmo a queda de um balão, sendo que “a causa mais provável”, segundo a PF, foi um curto-circuito num ar-condicionado. O aparelho estaria funcionando sem respeitar as normas do fabricante.

Segundo os peritos, nem todas as câmeras de monitoramento do museu estavam funcionando, sendo que nenhuma delas registrou o foco inicial do incêndio. Mas imagens captadas por alguns dos equipamentos e outras feitas por câmeras externas ou mesmo fotografias postadas na internet permitiram que os investigadores estudassem a dinâmica do fogo, concluindo que ele se iniciou no auditório localizado no térreo.

O local possuía equipamentos de som, projetor de imagem e três aparelhos de ar-condicionado. E foi em um deles que, segundo os peritos, o incêndio se iniciou. De acordo com os técnicos, o aparelho tinha “deficiências na instalação”.

“A gente não conseguiu identificar uma causa única, foram várias situações”, disse o perito Marco Antônio Zatta. “Deveria ter um disjuntor para cada ar-condicionado. Havia um para os três. Não estava seguindo a recomendação do fabricante”, pontuou. “A questão do aterramento é outro motivo. Ele havia sido feito na parte externa, mas não na interna. Foi feito pela metade.”

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A partir da conclusão dos peritos, a Polícia Federal tentará apontar os responsáveis. Eles poderão responder por incêndio culposo ou até mesmo doloso, mas não há previsão para conclusão do inquérito. “Ainda temos diligências em andamento”, limitou-se a dizer o delegado Paulo Teles.


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