Uma das perguntas que mais recebo por meio das mídias sociais, é: como escolho uma peça de design para minha casa?

Para mim, a escolha de uma peça de design permeia sensações, emoções e significados.

Vai muito além do dueto forma x função.

A percepção com relação a nossa casa mudou durante a pandemia.

Percebemos que não se trata apenas de um espaço dormitório.

Dessa forma a escolha dos itens que irão compor o nosso ninho é de fundamental importância.

Nosso lar é sagrado.

Lar é ninho, aconchego, onde recarregamos nossas energias.

Dado isso, é imperativo que ele tenha o pronome possessivo MEU.

O MEU lar!

Acredite, ninguém gostaria de morar naquela casa de capa da revista.

É um colírio para os olhos, mas para viver precisamos de muito mais…

E aqui vão algumas dicas para que ele seja realmente seu.

  1. Valorize objetos que tragam memórias afetivas. Sabe aquela cadeira da sua avó, aquele objeto que traz lembrança da casa dos seus pais? Pois então, todo bom lar que se preze tem que ter elementos assim
  2. Um lar de verdade não é feito da noite para o dia. É necessário “sentir” a casa; o que cada canto lhe pede. Não tenha pressa. Curta cada momento.
  3. Assim como você não deve terceirizar a educação de seu filho, também não deve terceirizar a decoração de sua casa. Claro, a ajuda de um profissional é sempre bem-vinda, mas lembre-se de que ele está trabalhando na SUA casa e traduzindo os SEUS anseios. Nada mais brega do que uma casa que não tem conexão com o dono.
  4. Garimpe peças de design vintage. Produtos carregam histórias e nos aculturam. Como ele foi feito? Em que ano? Quem criou? É uma viagem saber a história das coisas. E não há desculpas sobre orçamento. Você pode garimpar peças desde lojas situadas nas ruas de decoração até galpões de usados em regiões como o Minhocão ou a Feira do Bixiga em São Paulo (apenas para citar alguns exemplos).
  5. Procure novas peças assinadas por designers que admire. Mas, repito, o importante é saber a história que está por trás de quem criou a peça. Não saber tais informações é tão grave quando ter um quadro e não saber a história de quem deu a pincelada. No caso do budget apertado, procure os jovens designers autoprodutores (aqueles que produzem com as próprias mãos) e que estão distantes do mainstream do universo da decoração.
  6. O artesanato brasileiro, é muito plural. Uma verdadeira plataforma de saberes ancestrais. Valorize-o. Muitos inclusive, já tem status de arte mundo afora.

Como bem dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade em seu poema “Casa Arrumada”

“Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.”

Agora observe ao seu redor e reflita? Seu lar traduz quem você realmente é?

Profissionais que você tem de conhecer

Abaixo, algumas dicas de designers, artistas e artesãos, frutos de viagens Brasil afora.

Eu não tenho qualquer vínculo comercial de responsabilidade com qualquer um deles.

  • Jovens Designers

Júnior Brandão Design | @art-junior-brandaojovem  designer, do Piauí, desenvolve trabalhos em aço, feitos à mão

Tavinho Camerino Design | @tavinhocamerino Jovem designer alagoano, desenvolve trabalho com técnicas artesanais

  • Artistas Plásticos

Marinaldo Soares Artes | @marinaldoartes Artista Plástico, baseado em Belém, desenvolve trabalho autoral com objetos quotidianos

Nil Roque Artes | @nilroque_ Artista Plástico, baseado em Fortaleza, desenvolve trabalho baseado na Desconstrução

  • Artesãos

Simone CaIRES Artesã | @simonecairesgbi Artesã, baseada no interior da Bahia, desenvolve artesanato com a tradicional técnica do Ponto Cruz

Fafá Esculturas | @fafaescultora Artesã, baseada em Registro (Interior de SP) e esculpe peças em madeira