Laqueadura afeta a saúde? Especialistas explicam tudo sobre a esterilização cirúrgica feminina
Quando os métodos contraceptivos orais ou de barreiras não são uma opção para prevenir uma gravidez, a laqueadura pode ser a solução. Mas, afinal, passar pela esterilização é ou não prejudicial à saúde feminina?
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A laqueadura é classificada como um método contraceptivo definitivo. Milena Bastos Brito ginecologista da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) explica que a esterilização cirúrgica feminina consiste em uma obstrução, através de bloqueio ou corte, das trompas de Falópio (“a ponte” que liga os ovários ao útero), impedindo a concepção.
O que você precisa saber antes da cirurgia
“A laqueadura é um método contraceptivo permanente, portanto é preciso ter certeza de que não deseja mais ter filhos”, alerta Mariana Betioli, obstetriz, especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo.
Antes de uma mulher tomar tal decisão, a especialista aconselha buscar informações e esclarecer dúvidas sobre todas as opções possíveis de métodos contraceptivos, para uma escolha consciente. “Deve-se considerar os contraceptivos de longa duração, como o DIU (com ou sem hormônio), implantes, injeção e também a vasectomia, que é um procedimento de esterilização masculina que é muito eficaz e é menos invasivo do que a laqueadura.”
As indicações da cirurgia constam no artigo 10 da Lei 9.263/96. Um dos pontos que chamam atenção é, em caso de união conjugal, a exigência do consentimento expresso de ambos os cônjuges. No entanto, um Projeto de Lei aprovado pela Câmara dos Deputados em março deste ano, exclui da legislação a exigência de consentimento do cônjuge para a esterilização voluntária (laqueadura e vasectomia). A proposta segue no Senado.
A obstetriz informa as contraindicações: “Clinicamente não deve ser feita somente se a mulher estiver grávida ou tiver qualquer condição de saúde que impossibilite a anestesia e/ou o procedimento em si.”
Como é feita e quais são os riscos?
Segundo a ginecologista, a esterilização cirúrgica feminina é realizada por via laparotômica (aberta, através de um pequeno corte na barriga, na região suprapúbica), laparoscópica (com um equipamento de microcâmera) ou, em casos raros, vaginal. “A obstrução tubária pode ser realizada utilizando clipes, pontos cirúrgicos ou eletrocoagulação.”
Com relação às consequências a saúde feminina, Mariana destaca que há uma alteração na circulação do sangue que chega aos ovários, o que pode alterar o padrão da menstruação, conforme sugerem estudos. Milena complementa que tal evidência foi constatada em uma minoria de mulheres submetidas à esterilização tubária.
A médica destaca a existência controvérsia da síndrome pós-laqueadura, que seria causada por problemas de circulação sanguínea dentro e ao redor das trompas de Falópio e ovários, pressão nos nervos e aderência entre os órgãos pélvicos. A condição apresenta sintomas leves e autolimitados, como dor durante a relação sexual, dor lombar, síndrome da tensão pré-menstrual e alterações menstruais, desde aumento de sangramento até ausência de menstruação. “Mulheres jovens têm mais risco de desenvolverem a síndrome. A via cirúrgica não foi identificada como fator de risco”, afirma Milena.
A laqueadura pode ser desfeita?
O procedimento tem alta eficácia e, caso a mulher opte, pode ser desfeito. “Existe essa possibilidade, também chamada de recanalização das trompas ou reanastomose tubária, porém as taxas de sucesso são baixas”, informa a ginecologista. Para o sucesso da reversão, a trompa deve estar saudável, sem dilatação ou doença.
A cirurgia de reversão da laqueadura é realizada por laparoscopia (pequenos cortes no abdômen para inserir uma micro câmera e os instrumentos cirúrgicos). “As trompas são reconectadas através de micro sutura, uma vez que a tuba uterina é bem pequena, medindo entre 3 e 5 milímetros de diâmetro. Após 30 dias da reversão de laqueadura, a fertilidade da mulher já pode ser considerada”, conclui.
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